
21 de julho de 2013 | 02h08
Nesta semana, o ex-tesoureiro do partido Luis Bárcenas, um dos acusados, agravou a crise ao afirmar que o PP possuía um caixa 2 e o atual primeiro-ministro, Mariano Rajoy, foi beneficiado pelo dinheiro.
Garzón, de 57 anos, foi condenado em 2012 e teve suas atividades como juiz suspensas por 11 anos por ter violado o direito de defesa dos réus. Na época, ele afirmou que a condenação "elimina toda a possibilidade de investigar a corrupção e os crimes associados a ela".
Apesar de destituído, ele pôde continuar advogando e hoje luta pela instalação de uma comissão da verdade que investigue os crimes cometidos durante a ditadura de Francisco Franco.
"É nítido o sofrimento daqueles que, por anos, não puderam ter nenhum apoio institucional do Estado democrático espanhol. Isso é muito grave", disse por email ao Estado. "Não se pode construir um futuro sobre centenas de cadáveres."
Garzón ficou conhecido internacionalmente em 1998 após indiciar o ditador chileno Augusto Pinochet e tentar levá-lo ao banco dos réus em Madrid, para responder pela tortura e morte de espanhóis que viviam no Chile durante a ditadura militar, de 1973 a 1990.
WikiLeaks. Para ativistas de direitos humanos, embora Pinochet nunca tenha sido condenado, Garzón tornou-se referência ao conseguir, legalmente, pedir a prisão do ditador, que estava em Londres.
Atualmente, o jurista chefia a equipe que defende o grupo WikiLeaks e seu fundador, Julian Assange, que permanece refugiado na Embaixada do Equador em Londres para não ser extraditado para a Suécia - de onde ele poderia ser enviado aos Estados Unidos e julgado pela divulgação de documentos secretos do governo americano.
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