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Gel reduz infecção por HIV em até 54%, revela teste

Por AE-AP
Atualização:

Um gel de aplicação vaginal mostrou-se capaz, pela primeira vez, de bloquear o HIV, vírus causador da aids. Em um estudo realizado na África do Sul, a substância reduziu pela metade o risco de uma mulher contrair o vírus de um parceiro infectado. Cientistas qualificaram a pesquisa como um avanço nas tentativas de ajudar as mulheres que mantêm relações sexuais com seus parceiros sem usar preservativos.O resultado da pesquisa ainda precisa ser confirmado por um novo estudo, e o nível de proteção pode ainda não ser suficiente para que autoridades reguladoras aprovem o gel microbicida em países como os Estados Unidos, dizem os pesquisadores. Eles se mostraram otimistas com a possibilidade de o gel ser aperfeiçoado. A íntegra do estudo, a ser publicada na edição desta semana da revista especializada Science, será divulgada amanhã por seus autores, em Viena, durante a Conferência Internacional de Aids."Esta é a primeira vez que vemos um microbicida dar um resultado positivo", e que os cientistas concordam se tratar de uma evidência verdadeira de proteção, afirmou o doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos EUA.Princípio ativoO gel, cujo princípio ativo é o antirretroviral tenofovir, pode reduzir o risco de uma mulher contrair o vírus causador da aids, o HIV, em até 50% após um ano de uso. A redução chega a 39% depois de dois anos e meio de uso. Para ser autorizado nos Estados Unidos, um gel ou creme capaz de prevenir a infecção por HIV precisa ter eficácia de pelo menos 80%, observou Fauci.É possível que esse patamar seja alcançado a partir do aumento da concentração de tenofovir ou do uso mais constante do medicamento pelas mulheres. No estudo, as mulheres aplicaram o gel durante apenas 60% do tempo, e as que usaram com mais frequência ficaram mais protegidas. Em um benefício colateral inesperado, o gel também reduziu em mais de 50% a incidência de herpes genital.MetodologiaO estudo foi realizado com 889 mulheres sul-africanas sexualmente ativas de idade entre 18 e 40 anos, das quais 445 receberam o gel de tenofovir e 444, um placebo - um gel idêntico ao medicamento, mas sem ingrediente ativo.As voluntárias foram acompanhadas por 30 meses, período em que receberam visitas mensais, quando eram testadas para o vírus da aids e orientadas sobre o uso de preservativo e a prevenção de outras doenças sexualmente transmissíveis. Ao final do período, 98 mulheres haviam se tornado HIV positivas.

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