CARACAS - Um general da reserva do Exército da Venezuela renunciou a seu cargo de assessor do governo em questões de defesa por estar em desacordo com a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. Alexis López, secretário do Conselho de Defesa Nacional, demitiu-se há uma semana, mas somente na noite de terça-feira,13, anunciou sua decisão que, segundo a especialista em assuntos militares, Rocío San Miguel, não terá maior impacto na relação de Maduro com as Forças Armadas.
“A decisão tem relação com meu desacordo com o procedimento utilizado para convocar e eleger uma Assembleia Nacional Constituinte”, disse em uma comunicado. López se referia ao fato de que Maduro convocou a Constituinte sem um referendo prévio.
Também ao fato de que a maioria dos membros da Assembleia será escolhida em uma polêmica votação setorial, não por meio de sufrágio universal, o que, segundo analistas, busca fortalecer os chavismo. No entanto, o general da reserva disse que tem um grande apreço por Maduro, que lhe ofereceu outro cargo público, que ele recusou para dedicar-se a atividades privadas.
Na terça-feira, em um ato com Maduro, o ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, general Vladimir Padrino López, reiterou seu apoio ao processo da Constituinte que será eleita em 30 de julho, apesar da rejeição da oposição.
O Conselho de Defesa Nacional é o principal órgão de consulta em questões de defesa e soberania na Venezuela, do qual fazem parte os líderes dos poderes públicos. López foi também chefe da Casa Militar - a guarda presidencial - do presidente Hugo Chávez, morto em 2013, com quem participou da fracassada tentativa de golpe de 1992 contra o então chefe de Estado, Carlos Andrés Pérez. / AFP