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General usbeque diz que boicotará governo afegão

Por Agencia Estado
Atualização:

O general usbeque Rashid Dostum, que liderou as tropas que conquistaram Mazar-i-Sharif das mãos do Taleban, anunciou que irá boicotar o novo governo afegão, já que seu grupo, o Usbek Junbish-i-Milli - que faz parte da Aliança do Norte - não está representado com equanimidade na administração interina. "Estamos descontentes... boicotaremos este governo e não iremos a Cabul até que um governo adequado esteja no cargo", afirmou Dostum. O general explicou que na reunião realizada em Bonn sobre o futuro do Afeganistão ele havia pedido para sua facção o Ministério do Exterior - mas recebeu o da Agricultura, Mineração e Indústria. "Para nós, isto é uma humilhação", acrescentou, advertindo que impedirá o acesso dos novos administradores ao norte do país, onde estão os recursos de petróleo e gás. O poderoso Dostum não foi o único a criticar o novo governo que, segundo o líder espiritual pashtun Sayed Ahmad Gailani, é "desequilibrado" e "injusto". "Foram cometidas injustiças na distribuição dos Ministérios; aqueles que tiveram papel importante na jihad (guerra santa) contra a ocupação soviética não estão representados", disse o líder em entrevista à imprensa em Islamabad. Gailani lembrou que, embora os talebans não existam mais como movimento organizado, "como afegãos comuns eles são parte da nação". "Embora a nova ordem não esteja equilibrada, espero que as Nações Unidas formem um comitê que represente o povo na Loya Jirga (a assembléia dos chefes tribais)", acrescentou Gailani. Além de chefe espiritual, Gailani lidera a Frente Islâmica Nacional do Afeganistão e apóia o ex-rei Zaher Shah. Em Bonn, ele esteve representado por seu filho Hamed Gailani. Leia o especial

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