Genocídio em Darfur é o maior abuso aos direitos humanos

Em relatório anual, Estados Unidos admitiram erros e revelaram problemas no Iraque

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Por Agencia Estado
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O relatório anual sobre violações aos direitos humanos no mundo, lançado pelos EUA nesta terça-feira, 6, classificou o contínuo genocídio na região de Darfur, no Sudão, como o pior abuso registrado no ano passado. Em uma declaração incomum, o relatório disse ainda que os EUA continuarão respondendo às preocupações de outros países sobre suas próprias violações aos direitos humanos. "Não divulgamos esses relatórios porque nos achamos perfeitos, mas porque sabemos que somos profundamente imperfeitos", disse a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, na divulgação oficial do documento. "Nosso sistema democrático de governo é eficiente, mas não é infalível." "Reconhecemos que estamos escrevendo este relatório num momento em que nosso próprio histórico e as atitudes que tomamos para responder aos ataques terroristas vêm sendo questionadas", diz o texto. "Também estamos comprometidos em melhorar constantemente." Importantes diplomatas americanos esperavam se encontrar com o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, em Cartum, mas um dia antes o Departamento de Estado dos EUA se manifestou contra o governo sudanês e culpou os militares do país pelo genocídio em Darfur, onde mais de 200 mil pessoas morreram, segundo estimativas. "O governo do Sudão e a milícia Janjaweed, apoiada pelo governo, são os responsáveis pelo genocídio em Darfur", diz o relatório. Washington declarou a situação em Darfur um genocídio pela primeira vez em 2004, quando o então Secretário de Estado Colin Powell usou a palavra em testemunho no congresso. Problemas no Iraque O Iraque foi considerado um dos países mais problemáticos no levantamento, relativo a 2006, por causa da ação dos esquadrões da morte, dos seqüestros e da tortura. Os EUA invadiram o Iraque em 2003 também por causa das violações aos direitos humanos cometidas pelo então presidente Saddam Hussein, mas o relatório do Departamento de Estado disse que o agravamento da violência com motivos sectários e do terrorismo anularam os progressos na área de direitos humanos. "De um lado, grupos predominantemente árabes sunitas como a Al Qaeda no Iraque, remanescentes irreconciliáveis do regime baathista e insurgentes engajados numa guerra de guerrilhas fizeram uma oposição violenta ao governo e atacaram as comunidades xiitas", afirmou o levantamento. Mas o texto também ressaltou a atuação das milícias xiitas e forças de segurança ligadas a ministérios, que cometeram "tortura e outros abusos".

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