NORTH CHARLESTON, EUA - O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez campanha na noite de segunda-feira em favor da candidatura presidencial de seu irmão Jeb Bush, com um discurso dirigido a atacar Donald Trump, que também é candidato à indicação do Partido Republicano para concorrer à Casa Branca, mas sem mencionar seu nome em nenhum momento.
"Não precisamos de alguém no Salão Oval que reflita e inflame nossa frustração", advertiu o ex-presidente em um comício em North Charleston, na Carolina do Sul, em sua primeira aparição pública em apoio à campanha de seu irmão Jeb. O ex-presidente, por sua vez, acrescentou que o país necessita de "alguém que possa solucionar os problemas e acalmar nossa indignação, e esse alguém é Jeb Bush".
O recado de Bush pareceu ter sido dirigido aos simpatizantes de Trump, que segue liderando as pesquisas de intenção de voto na disputa presidencial republicana em nível nacional, e também as das primárias que acontecerão na Carolina do Sul no sábado.
Em outro momento de seu discurso, Bush quis lembrar aos presentes os excessos e insultos que costumam marcar os discursos de Trump e suas participações em debates. Sem mencionar o magnata, o ex-presidente disse: "De acordo com a minha experiência, a pessoa mais forte não é geralmente a mais barulhenta da sala".
Segundo o ex-presidente, que alertou os eleitores de que votação é um assunto "sério", a força "não é retórica vazia, nem fanfarronice".
Trump usou como base para seus ataques de campanha contra Jeb Bush tentativas de mostrar o ex-governador da Flórida como um candidato fraco, e repetiu essa mesma acusação no último debate televisionado entre os candidatos republicanos, que aconteceu no último sábado.
No debate, Trump afirmou que a Guerra do Iraque, iniciada pelo ex-presidente Bush, foi um "grande erro" e atacou o ex-chefe de Estado ao dizer que o "World Trade Center foi derrubado durante seu mandato", com os atentados de 11 de setembro de 2001.
O ex-presidente Bush se manteve afastado da política desde que deixou a Casa Branca no início de 2009, mas seu discurso na noite de segunda entusiasmou os cerca de 1.500 presentes ao comício, muito mais que o de seu irmão Jeb.
No comício também estiveram presentes a esposa do ex-mandatário e ex-primeira-dama, Laura Bush, e o senador Lindsey Graham, que abandonou a disputa pela indicação presidencial republicana no ano passado e agora apoia Jeb Bush.
Segundo a média diária de pesquisas elaborada pelo site "RealClearPolitics", Trump tem hoje 36,6% de apoio para as primárias da Carolina do Sul, com quase 20 pontos de vantagem sobre o segundo, o senador Ted Cruz (17,8%), enquanto Jeb Bush ocupa o quinto lugar, com 9,3% de apoio. / EFE