ATLANTA - Autoridades da Geórgia certificaram nesta terça-feira, 19, os resultados do segundo turno das eleições estaduais para o Senado, confirmando a vitória dos democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock.
A certificação do secretário de Estado Brad Raffensperger sela oficialmente as vitórias de Warnock e Ossoff sobre seus oponentes republicanos, Kelly Loeffler e David Perdue, no dia 5 de janeiro. Os resultados oficiais mostram Warnock derrotando Loeffler por cerca de 93 mil votos em quase 4,5 milhões de votos, ou cerca de 2%, enquanto Ossoff derrotou Perdue por cerca de 55 mil votos, ou 1,2%.
Os resultados em todo o Estado "são uma tabulação verdadeira e correta das declarações certificadas recebidas por este escritório de cada condado", disse o secretário de Estado da Geórgia em um comunicado.
A disputa foi acompanhada de perto por toda a nação, uma vez que havia a possibilidade de que os resultados acabassem com o controle majoritário dos republicanos no Senado em Washington – o que de fato aconteceu.
Assim que Warnock e Ossoff tomarem posse, haverá uma divisão partidária de 50-50 no Senado, já que a Casa, formada por 100 membros, terá 50 senadores republicanos, 48 senadores democratas e 2 independentes que se aliam com o partido à esquerda. Nesse cenário, a vice-presidente eleita Kamala Harris, democrata, terá o voto de desempate.
Warnock será o primeiro senador afro-americano pela Geórgia, enquanto Ossoff será o primeiro senador judeu do Estado e o membro mais jovem do Senado. Suas vitórias marcaram um ciclo eleitoral moroso e divisivo que trouxe mudanças sísmicas para a política da Geórgia e fez do outrora confiável 'Estado vermelho' (cor associada aos republicanos) um campo de batalha fundamental.
Ossoff, Warnock e Kamala tomarão posse enquanto o Senado considera se condenará o presidente Donald Trump em um julgamento de impeachment por incitar a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos.
Em novembro, Biden se tornou o primeiro candidato presidencial democrata a assumir o Estado desde 1992, enquanto Warnock e Ossoff são os primeiros democratas a ganhar uma eleição no Senado dos EUA na Geórgia desde 2000.
Além de considerar a possibilidade de condenar Trump no julgamento de impeachment, o Senado também começará a considerar a confirmação das nomeações de Biden e as primeiras propostas legislativas da nova administração. Biden revelou recentemente um plano de US$ 1,9 trilhão para combater o coronavírus e suas consequências econômicas.
Espera-se que o democrata Chuck Schumer se torne o líder da maioria no Senado sob este novo arranjo, com Mitch McConnell, atual líder republicano.
No entanto, a divisão 50-50 significa que os dois partidos podem ter de trabalhar mais cooperativamente do que nos últimos anos para evitar um impasse legislativo. /AP e REUTERS