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Geórgia ignora pedido do papa Francisco e executa mulher pelo assassinato do marido

Kelly Renee Gissendaner era a última mulher no corredor da morte no Estado; seus filhos pediram clemência, mas autoridades negaram

Atualização:

ATLANTA - As autoridades do Estado da Geórgia executaram na madrugada desta quarta-feira, 30, a mulher condenada à morte pelo assassinato de seu marido há 18 anos Kelly Renee Gissendaner, apesar da solicitação do papa Francisco para que sua pena fosse comutada.

Kelly Gissendaner, de 47 anos, morreu após receber uma injeção letal na prisão de Jackson, perto de Atlanta. Ela é a primeira mulher executada na Geórgia desde 1945.

Kelly Renee Gissendaner foi a 16º mulher a ser executada nos EUA desde 1976 Foto: Departamento de Correção da Geórgia

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Várias moções apresentadas pela defesa na Suprema Corte da Geórgia e na Suprema Corte dos EUA para impedir a execução foram rechaçadas, assim como o pedido de clemência perante a Junta de Liberdade Condicional e Perdão, no qual participaram dois filhos da condenada.

O papa Francisco se uniu aos esforços para que a pena da mulher fosse comutada ao enviar uma carta às autoridades do Estado com um pedido de clemência. Durante sua viagem pelos EUA na semana passada, o pontífice pediu em seu discurso ao Congresso o fim da pena de morte.

A execução de Kelly Gissendaner, que estava prevista para as 19 horas de terça-feira (20 horas de Brasília), foi adiada para depois da meia-noite.

Os advogados travaram uma longa batalha legal para salvar a vida da mulher após a suspensão do método de execução há sete meses, depois da descoberta de que o coquetel letal apresentava anomalias.

Após o anúncio da nova data de execução na semana passada, parentes e ativistas intensificaram os esforços para conseguir que Kelly fosse perdoada da pena capital. Os filhos dela perdoaram a mãe e intercederam a seu favor em várias ocasiões, após argumentarem que ela havia se recuperado.

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A americana foi sentenciada à pena capital por planejar junto com seu amante, Gregory Bruce Owen, a morte do marido, Doug Gissendaner, em 1997. Owen, o autor material do assassinato, foi condenado à prisão perpétua após testemunhar contra Gissendaner no julgamento.

Kelly Gissendaner é a primeira pessoa a ser executada na Geórgia sem ter sido quem cometeu diretamente o crime desde que se restabeleceu a pena capital nos anos 1970, de acordo com o Centro de Informação sobre a Pena Capital (DPIC, sigla em inglês).

Lena Baker, eletrocutada em 1945, foi a última mulher executada na Geórgia acusada de assassinato, pena da qual foi oficialmente perdoada em 2005 depois que a Justiça considerou que ela agiu em legítima defesa. /EFE

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