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Geração de empregos pode dar impulso à campanha de Obama

Segundo analistas, a trajetória de queda do desemprego no país, que chegou ao menor nível em três anos, pode ajudar na reeleição do presidente.

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

Em um momento em que diferentes pesquisas mostram que a economia e o desemprego são as maiores preocupações dos eleitores americanos, os novos dados sobre o mercado de trabalho representam uma boa notícia para o presidente Barack Obama, em busca de um segundo mandato. No início desta sexta-feira, o Departamento do Trabalho divulgou que a economia americana gerou 200 mil novas vagas em dezembro, superando as expectativas, e que a taxa de desemprego caiu para 8,5%, menor nível em quase três anos. Pouco depois do anúncio, o presidente comemorou os dados, dizendo que a economia está reagindo e "caminhando na direção certa". "Depois de perdermos mais de 8 milhões de empregos na recessão, obviamente temos muito mais trabalho a fazer. Mas é importante que o povo americano reconheça que nós geramos 3,2 milhões de novos empregos privados nos últimos 22 meses", disse, em visita à agência de Proteção Financeira do Consumidor. "Estamos começando a reagir. Estamos caminhando na direção certa. Fizemos progresso real. Agora não é a hora de parar". Obama também reforçou o pedido para que o Congresso prorrogue os cortes de impostos em folha de pagamento que beneficiam a classe média e expiram no fim de fevereiro. Os novos indicadores foram divulgados dois dias após uma pesquisa do instituto Gallup indicar que a taxa média de aprovação de Obama nos primeiros três dias úteis do ano foi de 46%, resultado acima da média dos últimos meses de 2011. Apesar de a pesquisa ter sido divulgada antes dos dados do Departamento do Trabalho, o Gallup já creditava o resultado a outros indicadores recentes que indicam um melhor desempenho da economia americana. Calendário eleitoral Os dados sobre o mercado de trabalho também foram divulgados no momento em que começa oficialmente o calendário eleitoral americano. No início da semana, o Estado de Iowa abriu a temporada das prévias republicanas que irão escolher um candidato para enfrentar Obama na eleição de 6 de novembro. O resultado do caucus (assembleia de eleitores) republicano de Iowa, em que o favorito nas pesquisas, Mitt Romney, obteve uma vitória apertada, de apenas oito votos sobre o segundo colocado, Rick Santorum, foi encarado como positivo para a campanha de Obama. Segundo analistas, a difícil vitória de Romney, que obteve 25% dos votos, o mesmo percentual de Santorum e o mesmo patamar obtido por ele quatro anos atrás, indica um eleitorado pouco motivado e reticente quanto à capacidade do ex-governador de Massachusetts de conquistar a ala mais à direita do partido e de se tornar um rival viável para derrotar Obama. Trajetória Dados históricos sobre a reeleição de presidentes americanos revelam que, desde 1945, todos os que governavam com taxa de desemprego abaixo de 6% na época da eleição conquistaram um segundo mandato. No caso de Obama, o próprio governo já disse repetidas vezes que deve levar "vários anos" até que a taxa de desemprego volte ao patamar de 6%. No entanto, a História mostra também que, em alguns casos, a trajetória de queda do desemprego pesa mais do que a taxa em si. Ronald Reagan conseguiu se reeleger em 1984 em meio a uma taxa de desemprego de 7,2%, mas em forte trajetória de queda, já que era de 10,8% dois anos antes. Os republicanos reagiram com ceticismo aos novos indicadores. O líder republicano da Câmara dos Representantes (equivalente a deputados federais), John Boehner, observou que este "é o 35º mês consecutivo de desemprego acima de 8%, e muitos americanos continuam a lutar para encontrar seu próximo emprego". A mesma linha foi seguida pela maioria dos pré-candidatos republicanos, que se enfrentam na segunda prévia eleitoral na próxima terça-feira, em New Hampshire. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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