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Google dá à Justiça e-mails do WikiLeaks

Por JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

E-mails de membros do WikiLeaks, fundado por Julian Assange, foram entregues pelo Google à Justiça americana sem que os integrantes do grupo tivessem sido informados da medida por meses. A denúncia foi feita ontem em Genebra pelo advogado do grupo, o juiz espanhol Baltasar Garzón. A busca por informações agora vai além de Assange e atinge outros ativistas do WikiLeaks. Numa decisão de 22 de março de 2012, a Justiça americana ordenou ao Google que entregasse o conteúdo de todos os e-mails enviados por três representantes e jornalistas do WikiLeaks: Sarah Harrison, Kristinn Hrafnsson e Joseph Faerrell. O Google esperou dois anos e meio para repassar as informações.Garzón agora ameaça abrir um processo tanto contra a empresa quanto contra o juiz que ordenou a quebra do sigilo. "O Twitter também recebeu um pedido para entregar todos os dados que tinham de Assange e do WikiLeaks, mas contestou na Justiça e informou seus clientes", contou Garzón. "Queremos saber por qual motivo a Google jamais informou aos donos das contas", explicou.Os donos das contas disseram ao Estado que ficaram surpresos quando souberam que seus dados tinham sido entregues ao governo dos EUA. "Centenas de pessoas que não tinham relação com o caso foram envolvidas nele", declarou Hrafnsson, que disse ter mais de 30 mil e-mails em seu Gmail. O Google respondeu às acusações em um comunicado: "Não comentamos casos individuais. Obviamente, respeitamos a lei como qualquer outra empresa. Temos histórico grande de defesa de nossos usuários." Assange, que há mais de dois anos está na Embaixada do Equador em Londres, é acusado na Suécia de abuso sexual. Ele também é processado em sigilo nos EUA. / COM AFP

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