O Google terá que enfrentar as consequências se insistir em violar as leis chinesas de censura na internet, afirmou nesta sexta-feira, 12, o ministro de Indústria e Tecnologia da Informação, Li Yizhong. O ministro se referiu à ameaça do site de buscas de parar de censurar conteúdos no país asiático, onde as páginas que podem ser acessadas pelos internautas passam por diversos filtros.
"É irresponsável e pouco amistoso o Google insistir em fazer algo que viola as leis da China e suas regulações. Se fizer isso, terá que enfrentar as consequências", disse Li em uma entrevista coletiva. O ministro, porém, não quis confirmar se o governo está mantendo negociações com a multinacional americana, limitando-se a dizer que essa era uma "pergunta difícil de responder".
Os atritos entre a China e o Google começaram em janeiro, quando o site ameaçou deixar o mercado chinês após denunciar um ataque de hackers chineses contra contas de e-mail de dissidentes, jornalistas e empresários. Na ocasião, a multinacional acusou o governo de estar envolvido na ação e disse que só manteria os negócios no país se o regime comunista deixasse de exigir a censura de conteúdos na China.
O Ministério de Assuntos Exteriores admitiu que mantinha um canal de comunicação com o Google, cujo executivo-chefe, Eric Schmidt, assegurou na quarta-feira que há contatos em curso e que, "em breve", o resultado dessas negociações será anunciado.
Nesta semana, o Google reiterou sua decisão de parar de censurar os resultados de buscas feitas na China e assegurou que estava "preparado" para deixar o país.