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Gorbachev lamenta a desintegração da URSS

Por Agencia Estado
Atualização:

Mikhail Gorbachev falou nesta sexta-feira com amargura de sua renúncia como presidente, há uma década (que foi o último prego no caixão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e elogiou o presidente Vladimir Putin por dar nova vida à Rússia e converter o país em parceiro no mesmo nível do Ocidente. Ao lembrar sua renúncia, no Natal de 1991, Gorbachev acusou indignado seu velho rival, o ex-presidente russo Boris Yeltsin, de ter arruinado a União Soviética por ambições pessoais. Em 8 de dezembro de 1991, Yeltsin e os presidentes Leonid Kravchuk, da Ucrânia, e Stanislav Shuskevich, da Bielo-Rússia, anunciaram a morte da URSS e a criação de uma nova aliança, chamada Comunidade de Estados Independentes (CEI). Outras nove repúblicas ex-soviéticas se uniram à aliança ao longo daquele dezembro, e Gorbachev ficou desempregado. "Fiquei abalado com a conduta traiçoeira daquela gente, que desmembrou o país para ajustar contas e se estabelecerem, eles mesmos, como czares", disse Gorbachev. Acrescentou que não pôde deixar de levar em conta a ação dos líderes republicanos por temer levar a nação ao caos. "Eu não podia escolher o caminho que provavelmente levaria a uma luta e à guerra civil em uma nação cheia de armamento nuclear", disse. Recordando as horas posteriores à sua renúncia, relatou que Yeltsin e seus lugar-tenentes se instalaram em seus escritórios horas após ele fazer seu discurso de renúncia pela televisão, rompendo a promessa de lhe darem cinco dias para empacotar as coisas. "Não voltei a dirigir a palavra a Yeltsin", desabafou. Gorbachev falou mais amavelmente de Vladimir Putin, o sucessor de Yeltsin, ressaltando que a conduta do atual presidente em quase dois anos de governo provou que a Rússia escolheu bem quando o nomeou presidente em 31 de dezembro de 1999.

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