
19 de novembro de 2015 | 21h10
O candidato governista à presidência argentina, Daniel Scioli, dedicou seus últimos comícios a associar seus projetos a valores defendidos pelo papa Francisco. Na quarta-feira, o pontífice, questionado no Vaticano sobre a eleição em seu país natal, recomendou o voto com consciência. “Vocês já sabem o que eu penso.” Essa frase foi interpretada pela campanha peronista como um apoio indireto. O cardeal Jorge Bergoglio esteve próximo do peronismo, embora tenha entrado em conflito com o kirchnerismo (uma de suas correntes).
“Como diz o papa Francisco: há dois caminhos, o da inclusão e o da exclusão. Quero salvá-los do capitalismo selvagem”, disse Scioli na turística Mar del Plata, antes de ir para o município de La Matanza, reduto kirchnerista com 2 milhões de habitantes, o mais povoado da Grande Buenos Aires.
A leitura da frase papal teve resposta de dirigentes adversários, na Província de Jujuy. Marcos Peña, chefe da campanha Cambiemos, de direita, disse que o líder religioso “não intervém na política local”. O marqueteiro Jaime Durán Barba foi assertivo. “Um papa não atrai mais que dez votos. Ninguém pensa na religião quando fala de política. Nenhum eleitor vai votar pensando no papa”, afirmou.
Macri disse quarta-feira a um telespectador que questionava o excesso de feriados e era preciso avaliar o tema, dando a entender que extinguiria alguns. Foi alvo de críticas e piadas na internet. Ontem, Scioli aconselhou seu eleitor a marcar férias com tranquilidade e garantiu a manutenção de dias livres. Ele acredita que os feriados estimulam a economia por meio do turismo.
“Essa votação é entre um convencido do Bairro Parque (região rica de Buenos Aires) e um trabalhador do povo”, afirmou. Scioli, ex-piloto de lancha, herdou sua fortuna do pai, um empresário do ramo de eletrodomésticos. / COM AP
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