PUBLICIDADE

Governo basco autoriza ato do partido ligado ao ETA

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo regional basco autorizou uma manifestação contra o banimento de um partido acusado de estar vinculado ao grupo armado separatista basco ETA, informaram nesta quinta-feira as autoridades, enquanto um juiz tenta fechar a página do partido Batasuna na Internet. As autoridades disseram que a manifestação de 7 de setembro em Bilbao foi convocada por duas pessoas privadas e não pelo Batasuna, que não pode atuar publicamente conforme ordem emitida na segunda-feira pelo juiz da Audiência Nacional Baltasar Garzón. O juiz acusa o Batasuna de apoiar o terrorismo e ser o braço político do ETA. Os dois cidadãos cumpriram com os requisitos exigidos para convocar uma manifestação - ao comunicar ao governo quando, onde e por quê deseja efetuar a concentração - e, por isso, o governo não tem motivo para proibi-la, disse o departamento do Interior basco na capital regional de Vitoria. "Se a proibirmos, apelariam da decisão perante os tribunais e estamos certos de que perderíamos", disse um porta-voz oficial que não quis se identificar. O governo regional basco é dirigido pelo Partido Nacionalista Basco, também partidário da independência da região ainda que por meios pacíficos, e que votou contra o banimento do Batasuna na votação efetuada na segunda-feira na Câmara de Deputados. Promotores espanhóis pediram a Garzón nesta quinta-feira que peça à França que feche o escritório do Batasuna em Bayonne, no País Basco francês, e que peça à Bélgica que faça o mesmo em Bruxelas, diante de informações de que o partido proscrito intensifica as operações na França. Garzón suspendeu as atividades do Batasuna por três anos prorrogáveis para cinco, por considerar o partido parte integral do ETA, que, desde que empunhou armas em 1968, já assassinou 836 pessoas em quase 4.000 ataques e atentados. O Batasuna nega ser parte do ETA, mas se nega a condenar os ataques. O governo utilizou a negativa do Batasuna e denunciar o atentado explosivo de 4 de agosto que matou duas pessoas, uma delas uma menina de 6 anos, em uma localidade balneária para fazer aprovar uma lei que proíbe as atividades dos partidos políticos que apóiem o terrorismo, seja ativa ou passivamente. Na quarta-feira à noite, houve incidentes isolados de violência na região basca, enquanto a polícia continuava a fechar as sedes do Batasuna no País Basco e na vizinha região autônoma de Navarra. E em Madri, os ajudantes de Garzón tentaram fechar a página eletrônica do Batasuna (www.batasuna.org), que continuava ativa nesta quinta-feira, e dos grupos ligados à entidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.