22 de fevereiro de 2016 | 09h14
LA PAZ - O governo da Bolívia afirmou na madrugada do domingo 21 que houve um "empate técnico" no referendo constitucional sobre a 3.ª reeleição do presidente Evo Morales, e lembrou que os números oficiais podem variar em relação aos das pesquisas por apuração rápida que dão a vitória ao "Não".
O vice-presidente Álvaro García Linera disse que os resultados preliminares das empresas Ipsos e Equipo Mori mostram que o país está "diante de um claríssimo empate técnico eleitoral", que constata que "metade do povo boliviano optou pela alteração na Constituição".
Ainda sem resultados oficiais, as primeiras pesquisas divulgadas pela imprensa boliviana dão ao "Não" entre 51% e 52,3% e ao "Sim" entre 47,7% e 49%, o que foi comemorado pelas forças de oposição.
Linera rotulou de "forçada" e "prematura" a festa da vitória da rejeição à reforma constitucional para permitir uma nova candidatura de Evo nas eleições de 2019. Para ele, "o melhor e mais saudável" é esperar os resultados oficiais, nos quais prevê que os números se modificarão "de uma maneira drástica".
O vice-presidente justificou sua afirmação ao assegurar que as empresas de pesquisa "se aproximam da verdade", mas "erram em dois ou três pontos percentuais", porque não levam em conta em suas pesquisas o voto no exterior, nem o dos bairros e comunidades afastadas, onde o governista Movimento ao Socialismo (MAS) "sempre tem maior pontuação".
Mais de 6,5 milhões de bolivianos foram convocados a votar no referendo, no qual se consultou sobre uma reforma constitucional para ampliar a permissão de dois para três mandatos presidenciais consecutivos, o que possibilitaria que Evo e García Linera pudessem voltar a ser candidatos em 2019.
Se o "Sim" vencer, ambos poderão concorrer nessa eleição a um quarto mandato até 2025, quando a Bolívia comemorará o bicentenário de sua independência.
Consultado sobre os resultados que mostram uma margem estreita entre ambas as opções, apesar do desejo de Evo de vencer na consulta com 70% da votação, Linera disse que "os referendos são vencidos por um voto e isso é o que conta". /EFE
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