Governo brasileiro retira professores do Timor Leste

Os 23 profissionais faziam parte de um programa do Ministério da Educação que tinha por objetivo qualificar docentes timorenses

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Por Agencia Estado
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Os 23 bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) começaram a ser retirados nesta segunda-feira de Dili, capital no Timor Leste. A decisão foi tomada pelos ministros da Educação, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, diante da instabilidade que vive o país. Na manhã desta terça-feira, o presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, declarou estado de emergência nacional. "Neste momento, o MEC está preocupado com a segurança dos bolsistas. Por isso, eles serão retirados", informou o presidente da Capes, Jorge Guimarães, em nota à imprensa divulgada nesta terça-feira. Os professores serão deslocados para Darwin, na Austrália, de onde retornarão ao Brasil. Segundo o comunicado, a expectativa é que os profissionais estejam em breve no País. Ainda de acordo com o comunicado, a Capes vem acompanhando a crise que atinge o Timor há 30 dias. Nos contatos com os bolsistas, muitos manifestaram o desejo de ficar no país. Diante disso, as atividades foram desenvolvidas parcialmente durante o mês de maio. Dos 28 bolsistas do Programa de Qualificação e Formação de Docentes em Língua Portuguesa, cinco já tinham voltado ao Brasil para no Encontro Internacional de Professores Formadores do Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação), em Brasília. Os professores que integram o programa da Capes ministram aulas, em português, de disciplinas como matemática, química e biologia, com o objetivo de qualificar docentes dos diversos níveis de ensino. Também participam de projetos e atividades de planejamento, como a criação de livros didáticos, em conjunto com representantes da Universidade Nacional de Timor-Leste A onda de violência que atinge o Timor Leste desde março iniciou-se depois que o primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, despediu 591 soldados que reivindicavam melhores condições de trabalho e protestavam por supostas discriminações. O contingente corresponde a quase 40% de todo o Exército do país.

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