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Governo Bush teme ataque terrorista antes da eleição

Por Agencia Estado
Atualização:

O paquistanês Mohammed Naeem Noor Khan manteve contato com militantes da rede terrorista Al-Qaeda que planejam realizar um ataque para interromper as eleições presidenciais de 2 de novembro, informou hoje o jornal The New York Times. Preso em julho, o especialista em computação Khan também forneceu evidências que indicam a possibilidade de ataques em instituições financeiras de Washington, Nova York e Newark, em New Jersey, estimulando o governo dos EUA a elevar, na semana passada, o alerta terrorista para laranja, segundo nível mais alto na escala de cores que indica o risco de possíveis atentados contra o país. Além disso, a prisão de Khan disparou uma busca nos EUA, na Inglaterra e em outros países para localizar os participantes da espionagem ocorrida há três ou quatro anos às instituições financeiras, incluindo as sedes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, ambas em Washington, e a sede do Prudencial Financial em Newark. Funcionários seniores de inteligência e de contraterrorismo disseram ao The New York Times que ainda não está claro se as pessoas relacionadas à espionagem e os envolvidos na ameaça eleitoral fazem parte do mesmo grupo. Outro cenário surgiu com o depoimento de um funcionário das forças policiais dos EUA à revista Time. Citando um relatório de inteligência paquistanês, ele disse que lanchas e mergulhadores poderiam ser usados para perpetrar um ataque na Baía de Nova York antes das eleições. A revista também informou que, em uma operação realizada em 24 de julho no Paquistão, foram encontrados três computadores portáteis e 51 disquetes contendo 500 fotografias de potenciais alvos nos EUA, análises detalhadas sobre as vulnerabilidades de várias deles a um atentado e comunicações entre alguns dos terroristas mais procurados do mundo. Em relação à sede do Prudential Financial em Newark, o material recomenda um atentado com explosivos dentro de uma limosine, já que esse tipo de veículo, ao contrário de um caminhão ou furgão, poderia se aproximar facilmente do edifício. O governo dos EUA defendeu hoje novamente suas ações recentes contra o terrorismo, assegurando seguir a pista dos supostos planos da Al-Qaeda de afetar as eleições de novembro. A defesa da Casa Branca foi feita pela presença da assessora de Segurança Nacional, Condoleeza Rice, e da assessora de Segurança Interna, Frances Townsend, a vários programas de televisão para reiterar a informação de que a rede terrorista, embora operando em um espaço reduzido, permanece como uma ameaça ao país. O governo tenta combater críticas de alguns democratas de que a elevação do alerta terrorista no dia 1.º é uma conveniência política. No programa Face the Nation, da CBS, Townsend disse que o Capitólio, sede do Congresso dos EUA localizado em Washington, também está entre os novos alvos de possíveis ataques terroristas. Desde a semana passada, a segurança já foi aprimorada no local, com a instalação de postos de checagem próximos ao edifício. Em outro programa de televisão, o Fox News Sunday, da rede Fox, Townsend informou que há outros alvos. "Obviamente não mostramos tudo que sabemos para não alertar os terroristas. Trabalhamos diretamente com essas outras entidades para tomar medidas adicionais de segurança", afirmou. No programa Late Edition", da CNN, Rice reiterou que é alta a probabilidade de um ataque terrorista no período pré-eleitoral.

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