O Governo chinês assegurou nesta terça-feira, 10, que os nove primeiros executados pelas revoltas étnicas de julho na região de Xinjiang, em sua maioria uigures, como é possível deduzir por seus nomes, eram "criminosos".
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Os executados "eram criminosos envolvidos nas revoltas de 5 de julho em Urumqi", capital de Xinjiang, nas quais cerca de 200 pessoas morreram, informou o porta-voz de turno do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Qin Gang.
"O Governo chinês tratou estes casos de acordo com a lei", acrescentou Qin, em entrevista coletiva.
No entanto, a Associação Uigur Americana (UAA, na sigla em inglês) condenou hoje as execuções "da forma mais contundente possível" e assegurou que as condenações foram feitas sem garantias legais suficientes.
A UAA, que afirmou que oito dos executados eram uigures e um da etnia chinesa majoritária, os han, assegurou que os condenados não tiveram a permissão de fazer uma visita final a seus familiares antes da execução, o que infringe a lei chinesa, e que as penas foram opacas e politizadas.
A agência semiestatal "China News Service" informou no final da noite de ontem sobre a execução dos processados, sem divulgar a data exata na qual aconteceu.
"As execuções destes homens exacerbam o terror e o desamparo dos uigures no Turquestão Oriental (Xinjiang), onde amigos e entes queridos foram assassinados e detidos desde 5 de julho", assegurou o líder uigur no exílio Rebiya Kadeer, a quem Pequim acusa de ter instigado as revoltas e de ter vínculos terroristas, o que é negado por ela.