Governo colombiano afirma que novo acordo com Farc é definitivo

Chefe negociador Humberto de la Calle disse que nova proposta ‘abrange mais de 80% das inquietações dos que votaram pelo ‘não’’ no plebiscito de outubro

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Por Redação
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BOGOTÁ - O novo acordo de paz assinado no sábado pelo governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é definitivo e resta definir somente a maneira como será referendado antes de sua implementação, disse nesta terça-feira, 15, o chefe negociador oficial, Humberto de la Calle.

"Este é o acordo final, realmente o que se segue é uma discussão sobre como referendá-lo", declarou De la Calle em entrevista coletiva na Casa de Nariño, sede do governo em Bogotá, onde explicou detalhes do pacto.

Negociador-chefe do governo colombiano, Humberto de la Calle, afirmou que resultado de referendo definiriafuturo do acordo de paz Foto: EFE/MAURICIO DUEÑAS CASTAÑEDA

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Segundo ele, o que foi anunciado no sábado em Havana é "um acordo realmente novo, autenticamente novo, que abrange mais de 80% das inquietações dos que votaram pelo 'não'" no plebiscito do dia 2 de outubro.

Os promotores do "não", entre eles o ex-presidente Álvaro Uribe, disseram desde que se anunciou o novo acordo que o governo não deveria considerá-lo como definitivo, mas esperar que esse setor da sociedade e, especialmente organizações de vítimas, o lesse e desse seu aval ao texto.

"Este é o acordo final, este é o acordo definitivo. Realmente não há espaço para uma nova negociação", reforçou De la Calle, que acrescentou que o texto é produto de longas jornadas de "trabalho minucioso com as Farc" em Cuba.

Por sua parte, o Alto Comissariado para a Paz, Sergio Jaramillo - que também participou da entrevista coletiva, junto a De la Calle, os negociadores Frank Pearl e Roy Barreras, e o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo -, destacou que "as Farc trabalharam com muita maturidade, com muito realismo político, ouvindo os colombianos".

As Farc "aceitaram uma quantidade de coisas que não é fácil para uma guerrilha aceitar", como reduzir várias das concessões que haviam obtido no acordo inicial assinado no dia 26 de setembro em Cartagena, acrescentou.

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Em relação ao mecanismo para referendar o acordo, Cristo indicou que "tem de ser no menor tempo possível", para o que o presidente Juan Manuel Santos possa se reunir a partir desta terça-feira com as bancadas dos partidos políticos. O que se procura é definir se a responsabilidade caberá ao Congresso ou se um novo plebiscito será convocado.

Entre as mudanças no novo acordo, De la Calle ressaltou o compromisso das Farc de apresentar em um prazo de 180 dias o inventário de seus bens para reparar às vítimas do conflito, e uma reivindicação da sociedade colombiana. / EFE

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