Governo colombiano e Farc retomarão negociações de paz em Cuba no sábado

Depois de impasse por negociador dos guerrilheiros participar na semana passada de um ato público, partes retomarão as conversas em Havana; data-limite para assinatura do acordo é 23 de março

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BOGOTÁ - O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomarão no sábado, em Havana, as negociações de paz depois de superarem o impasse causado pela presença de guerrilheiros armados em um vilarejo no norte do país, informou na quinta-feira o presidente Juan Manuel Santos.

"Os negociadores do governo viajarão a Havana e, no sábado, retomarão as conversas", disse o chefe de Estado a diretores de meios jornalísticos de Armenia, capital do Departamento (Estado) do Quindío, no centro do país. Além disso, Santos afirmou que espera poder "dar um impulso adicional às negociações nos temas que ainda estão pendentes".

Guerrilheiras das Farc descansam em acampamento do grupo na região montanhosa da Colômbia Foto: AFP PHOTO / LUIS ACOSTA

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Em setembro do ano passado, as partes estabeleceram 23 de março deste ano como a data para a assinatura do acordo de paz, mas ainda existem dúvidas sobre o cumprimento desse prazo, uma vez que estão pendentes assuntos como o cessar-fogo bilateral e definitivo, o desarmamento e a concentração e desmobilização dos guerrilheiros.

Santos comentou que parte dessas conversas que faltam têm a ver "com a mudança e as regras do jogo para a pedagogia que a guerrilha quer fazer com sua gente, para que nunca mais volte a se repetir o que vimos em Conejo".

Nesse vilarejo de Fonseca, um município do Departamento de La Guajira, vários delegados das Farc, liderados pelo chefe negociador conhecido como "Ivan Márquez", participaram na quinta-feira da semana passada de um ato público, acompanhados de guerrilheiros fortemente armados.

Essa visita gerou uma crise nos diálogos de paz que foi superada com um acordo entre as partes para retomar as negociações mediadas por Cuba e Noruega, países fiadores do processo. / EFE