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Governo da Colômbia diz que Farc violaram trégua unilateral

Ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, diz que três soldados foram mortos por franco-atiradores no Estado de Caquetá; Bloco Oriental dos guerrilheiros diz que suspendeu 'estudos do acordo de Havana'

Atualização:

BOGOTÁ - O governo colombiano acusou na terça-feira, 10, a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com a qual mantém um diálogo de paz, de violar o cessar-fogo unilateral ao matar três soldados.

"Nas últimas semanas, ocorreram ao menos três violações do cessar-fogo unilateral, especialmente com o assassinato de soldados, três soldados profissionais mortos por franco-atiradores", disse o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, em entrevista coletiva concedida em Bogotá.

O ministro da Defesa da Colômbia, Luis Carlos Villegas (C), fala sobre o ataques das Farc que teriam matado 3 soldados Foto: REUTERS|John Vizcaino

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Com base nas negociações de paz em Cuba, as Farc iniciaram no dia 20 de julho de 2015 um cessar-fogo unilateral que tem mostrado, segundo Villegas, "um alto nível de cumprimento" e ao qual o governo respondeu com a suspensão dos bombardeios aos acampamentos rebeldes.

"O cessar-fogo, mesmo que unilateral, faz parte de uma série de decisões tomadas pelas Farc que não devem ser violadas", afirmou Villegas ao citar a morte de três militares no Departamento (Estado) de Caquetá atribuídas à principal guerrilha do país.

O ministro recordou que o cessar-fogo não incluiu o fim dos crimes da guerrilha contra a população. "As Farc seguem extorquindo, traficando (drogas) e colocando minas".

Em uma mensagem no Twitter, o Bloco Jorge Suárez Briceño das Farc afirmou que após um combate com o Exército no dia 5 de maio, no município de La Uribe (Meta), "suspendemos o estudo dos acordos de Havana até que mude a situação".

Ainda não está claro que mensagem tentou passar o Bloco Suárez Briceño, também conhecido como Bloco Oriental, mas o máximo líder das Farc, Timoleón Jiménez "Timochenko", respondeu no Twitter que "após mais de 10 meses de trégua unilateral não permitiremos que seja entorpecida".

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O conflito armado colombiano, que envolveu guerrilhas, paramilitares, agentes do Estado e narcotraficantes, deixou em mais de meio século 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados. / AFP

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