Governo da Colômbia firma acordo com as Farc para remoção de minas terrestres

O governo colombiano e guerrilhas esquerdistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram neste sábado um acordo para implantar um programa piloto de remoção de minas terrestres em diferentes regiões do país. O acordo é parte de um grupo de medidas para reduzir a intensidade de um conflito que já dura meio século. De Havana, onde ocorrem as negociações de paz, o intermediador cubano Rodolfo Benítez afirmou que foi pedida a participação da organização de Ajuda Popular da Noruega para coordenar um processo de limpeza e desarme de minas e artefatos explosivos improvisados. O batalhão do exército colombiano especializado em remoção de minas será o responsável por retirar os artefatos sob a supervisão de uma equipe verificadora. O grupo será formado por dois membros do governo, dois das Farc e dois representantes das comunidades afetadas. As tarefas de remoção vão ser levadas a um número determinado de locais, a serem definidos por um estudo feito pela organização não governamental Ajuda Popular da Noruega. A escolha dos locais levará em conta o grau de risco para a população exposta.

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Atualização:
O intermediador cubano Rodolfo Benitez (centro, comcamisa preta)afirmou que foi pedida a participação da organização de Ajuda Popular da Noruega para coordenar um processo de limpeza e desarme de minas e artefatos explosivos improvisados na Colômbia, como parte dos esforços para se chegar a um acordo de paz entre as Farc e o exército do país Foto: AFP PHOTO/Yamil LAGE

"A proposta de remoção de minas terrestres é um primeiro passo, mas é um passo gigante em direção à paz", disse o porta-voz do governo Humberto de La Calle.

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Entre 1990 e 2015, as minas terrestres já fizeram mais de 11 mil vítimas entre feridos e mortos. Desse número, 4,2 mil são civis, de acordo com os dados oficiais.

O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc negociam uma agenda de seis pontos desde o final de novembro de 2012 em Havana. As partes alcançaram acordos parciais sobre assuntos agrários, participação política e luta contra o narcotráfico. Elas conversam agora sobre a reparação às vítimas, a entrega de armas e a reintegração dos rebeldes à vida civil. Fonte: Associated Press.

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