Governo de Israel ameaça cortar negociações com Abbas

Se o governo palestino de coalizção com o Hamas se materializar, diz uma porta-voz israelense, as conversações deixarão de tratar da construção do acordo de paz

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo israelense ameaçou parar de lidar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se ele seguir adiante com o plano de integrar um novo governo composto pelo grupo extremista Hamas. Ao mesmo tempo, a secretária de estado dos EUA, Condoleezza Rice, e líderes árabes buscam um meio de contornar o impasse em torno do Hamas e levar adiante o processo de paz. O rei Abdullah II, da Jordânia, depois de reunir-se, separadamente, com Rice e Abbas, pediu que os EUA continuem a agir como mediadores entre palestinos e israelenses. Mas Israel afirma que deixará de dialogar com Abbas a respeito de questões centrais do processo de paz, se ele formar um governo de coalizão com o Hamas. Nesta terça-feira, 20, Abbas reconheceu, pela primeira vez, que suas reuniões, em Jerusalém, com o premier israelense Ehud Olmert e com Rice foram "tensas e difíceis", mas acrescentou: "Não foram fracassos, e serão seguidas por outras reuniões". Abbas disse que Israel deve ter "entendido mal" o chamado acordo de Meca, entre o partido Fatah, do presidente, o Hamas. Citado pela agência de notícias jordaniana Petra, Abbas teria dito que "informamos a Israel que este acordo foi feito para proteger a unidade do povo palestino e seus interesses nacionais". ainda segundo a Petra, Abbas ponderou que "o acordo é uma expressão de apoio aos interesses palestinos, mas Israel pode tê-lo interpretado incorretamente". Em Israel, a porta-voz de Olmert, Miri Eisin, descartou qualquer tipo de negociação com Abbas sobre um acordo de paz definitivo, se o presidente realmente formar um gabinete que inclua membros do grupo extremista. As conversações passariam a tratar de temas mais restritos, como a qualidade de vida dos palestinos e o combate aos ataques extremistas contra Israel. O governo de coalizão palestino ficou aquém do que esperavam os EUA e muitas nações do Oriente Médio, aliadas aos Estados Unidos, que esperavam que o Hamas suavizasse suas posições anti-israelenses.

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