Governo de Israel se diz 'satisfeito' com encontro com Obama e Abbas

Para ministro israelense, país não precisou ceder à pressão palestina e americana para o encontro.

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Por BBC Brasil
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O governo de Israel se disse "satisfeito" com o resultado do encontro trilateral entre Estados Unidos, Israel e Palestina. Na terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, reuniu-se com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. O objetivo da reunião era retomar as negociações de paz entre palestinos e israelenses. Como pré-condição para abrir os diálogos de paz, os palestinos exigem que Israel interrompa a construção de novos assentamentos na Cisjordânia. O governo americano vem pressionando Israel para resolver a questão. Na terça-feira, Obama pediu uma "restrição" da construção de assentamentos. Para alguns diplomatas, as palavras de Obama mostram uma mudança de tom do governo americano, que antes exigia "interrupção" ou "congelamento" de todas as novas construções. Pré-condições Para o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, Israel mostrou que poderia participar do encontro com americanos e palestinos sem ceder às pressões pelo fim dos assentamentos. "Nós estamos satisfeitos que houve um encontro", disse Lieberman a uma rádio de Nova York. "O importante é que o governo israelense respeite seus compromissos e não ceda à pressão." O enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, George Mitchell, disse que os Estados Unidos não haviam estabelecido pré-condições para o encontro de terça. Na reunião, Netanyahu e Abbas apertaram a mão diante das câmeras. Este foi o primeiro encontro dos dois desde que Netanyahu assumiu o poder, em março deste ano. Também foi o primeiro encontro de Obama com os dois líderes. Antes do encontro trilateral, o presidente americano reuniu-se separadamente com cada um dos líderes. Ele disse que as conversas foram "francas, mas produtivas". "O negociações de status permanente precisam começar e começar logo", disse Obama. "Já passou da hora de se falar em começar negociações. Está na hora de se andar para frente." Mitchell disse a jornalistas que o encontro foi "cordial" e "sincero" e que Netanyahu e Abbas "reconheceram a urgência de se andar rapidamente". Netanyahu disse, após o encontro, que "um acordo geral para o processo de paz deveria ser retomado o mais rápido possível, sem pré-condições". Já Abbas reiterou a exigência palestina de que todas as construções de assentamentos precisam ser interrompidas. Inicialmente, Obama tinha esperanças de anunciar uma nova negociação de paz na Assembleia Geral da ONU. Mas antes do encontro de terça, a Casa Branca baixou o tom do seu discurso e disse que não tinha "grandes expectativas". Assentamentos A questão central para a retomada do processo de paz continua sendo a construção de assentamentos israelenses da Cisjordânia. Israel começou a construir assentamentos em 1967. Cerca de 280 mil israelenses vivem hoje em 121 assentamentos reconhecidos oficialmente na Cisjordânia. Além disso, há 102 assentamentos não-reconhecidos oficialmente por Israel. Outros 190 mil israelenses vivem em assentamentos na parte ocupada de Jerusalém. A população israelense em assentamentos na Cisjordânia vem crescendo a um ritmo de 5% a 6% desde 2001. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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