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Governo de Prodi se submete ao Congresso e encerra crise

Em discurso, Prodi vai insistir na necessidade de mudar a lei eleitoral

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo de Romano Prodi se submete nesta sexta-feira, 2, ao voto de confiança na Câmara dos deputados da Itália, na qual conta com a maioria absoluta, dando o último passo para sair da crise e continuar seu trabalho à frente do país. Prodi comparecerá ao Congresso para pronunciar seu discurso de réplica. Ele voltará a insistir na necessidade de mudar a lei eleitoral e nas prioridades após a crise. O primeiro-ministro teve que pedir a confiança ao Parlamento, porque em 21 de fevereiro o Senado rejeitou por dois votos sua política externa, que incluía a missão militar no Afeganistão. A rejeição levou Prodi a apresentar a renúncia. No Senado, o gabinete de centro-esquerda conta com dois votos a mais que a oposição, sem contar os senadores vitalícios, por isso as votações são muito ajustadas. Na quarta-feira, 28, os senadores da coalizão, inclusive os rebeldes que não tinham apoiado Prodi na votação de política externa, confirmaram a sua confiança no gabinete. Com os votos de quatro senadores vitalícios, ele chegou ao total de 162. No Congresso, nesta sexta-feira, 2, às 12h (8h de Brasília), Prodi poderá contar com 348 votos, contra 281 da oposição de centro-direita. Mas devem se repetir as divergências na heterogênea coalizão de centro-esquerda no poder, que reúne desde comunistas a democratas-cristãos. O deputado da Refundação Comunista Salvatore Cannavó anunciou que não participará da votação em solidariedade ao companheiro Franco Turigliatto, que na quinta-feira foi expulso do partido por ter traído o Governo no Senado. No Partido Radical, Daniele Capezzone vai se abster em protesto contra o programa de 12 pontos da coalizão, que considerou "muito fraco e inadequado". Após a renúncia, Prodi apresentou a seus aliados um documento com 12 pontos, cuja aceitação era a condição para continuar liderando a coalizão governamental. Com este documento, todos os partidos da coalizão assumiram o compromisso de respeitar os pontos programáticos, inclusive a missão militar no Afeganistão.

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