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Governo desocupa praça em Istambul e nova greve é marcada

Após ultimato de Erdogan, polícia usa canhões de água e gás lacrimogêneo para expulsar ativistas acampados em parque

Por REUTERS e AP
Atualização:

A tropa de choque da polícia turca expulsou ontem com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo centenas de ativistas acampados no Parque Gezi, ao lado da Praça Taksim, no centro de Istambul.

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O primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, havia alertado que a região seria esvaziada à força para uma reunião do partido governista. "Temos um comício em Istambul. Digo claramente: a Praça Taksim deve ser liberada ou as forças de segurança deste país saberão como esvaziá-la", disse o líder horas antes a milhares de apoiadores em um comício na capital, Ancara.

Na operação de meia hora, policiais enfileirados e apoiados por veículos blindados isolaram a Praça Taksim, enquanto outros agentes tomavam o Parque Gezi, onde manifestantes ficaram acampados por 18 dias.

Moradores da vizinhança foram às sacadas e janelas batendo potes e panelas, enquanto motoristas de automóveis buzinavam em apoio aos ativistas. Manifestantes foram tirados do parque de maca e levados a ambulâncias. Alguns foram feridos por balas de borracha. Os manifestantes se opõem ao plano governamental de construir a réplica de um prédio otomano no local. O governo concordou com a realização de um referendo sobre o projeto, que está sendo avaliado pela Justiça.

 

Resposta

Um dos principais sindicatos de servidores da Turquia anunciou que convocará uma greve geral para esta segunda-feira, 17. "Já tínhamos tomado a decisão de entrar em greve se houvesse uma intervenção", disse Mustafá Turgut, porta-voz do Sindicato de Trabalhadores Públicos (Kesk), que conta com 240 mil membros de 11 sindicatos.

Um cerco policial contra manifestantes no Parque Gezi, duas semanas atrás, desencadeou uma onda inédita de protestos contra Erdogan, unindo secularistas, nacionalistas, profissionais, membros de sindicatos e estudantes contra o que veem como estilo autocrático do premiê. Os distúrbios deixaram 4 mortos e cerca de 5 mil feridos.

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