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Governo do Alasca divulga 24 mil páginas de e-mails de Sarah Palin

Política republicana fez elogio a Obama e queria instalar câmara de bronzeamento na residência oficial.

Por BBC Brasil
Atualização:

Autoridades do governo do Alasca divulgaram na sexta-feira mais de 24 mil páginas de e-mails de Sarah Palin que datam da época em que ela era governadora do Estado americano. A divulgação foi feita a pedido de jornalistas, em um processo que durou mais de três anos, dentro do escopo de uma lei que permite o acesso a informações consideradas de relevância pública. As 24.199 páginas de e-mails cobrem 21 meses do governo de Palin no Alasca - de 2006 até 2008, quando ela aceitou o convite de John McCain para ser candidata à vice-presidência na chapa republicana. Palin e McCain acabaram derrotados por Barack Obama. Jornalistas de diversas organizações foram para Juneau, capital do Alasca, na sexta-feira para examinar os documentos, que só foram disponibilizados pelas autoridades em papel. Veículos americanos - como o Washington Post e o New York Times - colocaram cópias dos documentos na internet e convidaram seus leitores a examinarem todos os documentos. Palin é vista como uma das possíveis candidatas do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos nas eleições do próximo ano. 'Flippin' Os e-mails são escritos com o linguajar despojado e popular pelo qual Palin ficou famosa durante a campanha eleitoral de 2008. Em uma das correspondências, ela demonstra surpresa ao receber o convite de McCain, apesar de ser praticamente desconhecida pelo eleitorado americano na época. "Dá para acreditar?", escreve a então governadora ao lado da expressão "flippin'", que em inglês é usada para substituir um palavrão. Outro trecho revela a irritação de Sarah Palin com o escândalo que ficou conhecido como Troopergate, quando ela foi acusada de usar o seu poder para se vingar de um ex-marido da sua irmã. "Peço desculpas se estou soando frustrada com isso. Talvez eu esteja. Está me matando ver como legisladores, repórteres e outros mal-informados estão lidando com este assunto", ela escreveu para um colega. Uma investigação concluiu que Palin estava errada ao exonerar um funcionário que se recusou a demitir o ex-cunhado. Outro e-mail mostra um raro elogio de Palin a Barack Obama, que se tornou alvo de constantes críticas suas mesmo depois das eleições. Após assistir a um discurso do então candidato Obama sobre energia, a ex-governadora pede para seus assessores elaborarem um comunicado no qual afirma que "ele está muito certo". Palin também demonstra preocupação com sua imagem pública. Em um e-mail, ela agradece a um assessor por colocar, durante uma entrevista a uma televisão canadense, as respostas para as perguntas em uma tela, para que ela pudesse ler. Outra mensagem revela que Palin queria instalar uma câmara de bronzeamento artificial na residência oficial da governadora. 'Fora de contexto' Tim Crawford, aliado de Sarah Palin, disse que os e-mails mostram que a ex-governadora era comprometida com a sua gestão. Pelo menos 2,3 mil páginas não foram divulgadas publicamente, pois continham informações privilegiadas ou privadas. Documentos dos últimos dez meses do seu governo não foram revelados ainda. Palin disse em entrevista no domingo passado que, caso os e-mails fossem divulgados, várias mensagens estariam fora de contexto, já que elas não foram escritas com o intuito de serem divulgadas publicamente. Palin deixou o governo do Alasca em julho de 2009, menos de um ano depois de os republicanos perderam as eleições presidenciais. Desde então, ela vem fazendo carreira como uma espécie de "celebridade política" - com uma tour por pontos históricos dos Estados Unidos e um reality show na televisão sobre a sua vida familiar no Alasca. Apesar de intensas especulações, ela ainda não confirmou se vai tentar ser a candidata do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos no pleito de 2012. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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