Governo do Haiti diz que adia segundo turno de eleição se oposição cumprir 'condições'

Gabinete do primeiro-ministro não detalhou quais seriam as condições; informação foi dada após Senado pedir o adiamento 

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Por Redação
Atualização:

PORTO PRÍNCIPE - O governo do Haiti estaria disposto a adiar a realização do segundo turno da eleição presidencial, quando a oposição cumprir com uma "série de condições", informaram na quarta-feira fontes ligadas ao escritório do primeiro-ministro do país, Evans Paul.

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As fontes, que pediram o anonimato, se limitaram a reafirmar que as autoridades consideram "adiar as eleições" em troca dessas "condições", mas não especificaram quais seriam elas. A informação reforça que se a oposição se negar a cumprir tais condições, o governo seguirá adiante com o processo eleitoral, previsto para o próximo domingo.

As informações do escritório do primeiro-ministro foram dadas horas depois que o Senado do país votou em favor do adiamento da votação, assim como de nomear uma comissão para investigar as denúncias de "graves irregularidades" cometidas durante o primeiro turno, realizado no dia 25 de outubro.

O candidato Jude Celestin deixou a disputa à presidência do Haiti Foto: AP Photo/Dieu Nalio Chery

A decisão do Senado em favor da oposição foi anunciada após quase seis horas de sessão. Do total, 15 senadores concordaram em mudar a data da votação e 5 preferiram se abster. Momentos antes, os parlamentares se reuniram no Palácio Nacional com o presidente do país, Michel Martelly.

A resolução do Senado, apesar de não ter caráter vinculativo, é vista como um sério empecilho para as intenções de Martelly de realizar a eleição.

Protestos. Na quarta-feira, o país caribenho viveu o terceiro dia consecutivo de protestos populares encorajados pela oposição, que exige a não realização das eleições e a renúncia de Martelly para que um governo interino seja instituído e organize o processo eleitoral no prazo máximo de 90 dias. Reunidos no denominado grupo G8, os partidos opositores advertiram que não vão interromper os protestos.

O candidato opositor Jude Celestin, que lidera o G8, anuciou oficialmente na segunda-feira 18 que não participará do segundo turno e convocou a população a boicotar a votação. 

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Celestin e o candidato governista Jovenel Moise foram os mais votados no primeiro turno. A lei eleitoral haitiana estabelece que se um dos candidatos ao segundo turno não se apresentar à votação, ele será substituído pelo terceiro concorrente mais votado - no caso Jean Charles Moise. No entanto, ele também disse que não participará das votações.

A mesma lei determina que as eleições não poderão ocorrer se apenas um candidato se apresentar. /EFE

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