TÓQUIO - Seis membros da seita Aum Shinrikyo ("Verdade Suprema") foram executados na manhã desta quinta-feira, 26, por responsabilidade no ataque com gás sarin que matou 13 pessoas e deixou milhares de feridos no metrô de Tóquio em 1995, informou a ministra da Justiça do Japão, Yoko Kamikawa. No início do mês, o líder do culto, Shoko Asahara, e outros seis participantes foram executados pelo governo japonês pelas mesmas condenações.
Segundo a ministra, todos os seis membros foram enforcados nesta manhã por colaborar com Asahara e demais integrantes da seita em "um crime atroz que nunca deverá se repetir".Em março de 1995, quatro integrantes do culto lançaram um ataque com gás sarin contra três linhas do metrô de Tóquio durante o horário de pico. O sarin foi colocado em bolsas plásticas em cinco composições do metrô de Tóquio, que após serem furadas pelas pontas dos guarda-chuvas deixaram escapar o gás. O envenenamento matou treze pessoas e deixou mais de 6 mil feridos, alguns com lesões irreversíveis.
Meses antes, em um ataque considerado um ensaio para o atentado em Tóquio, sete pessoas morreram e 600 ficaram feridas por envenenamento por sarin na cidade de Matsumoto, no centro do Japão. Somente em dezembro de 1999 a seita Aum admitiu, pela primeira vez, responsabilidade pelos crimes e pediu desculpas. A primeira pena de morte contra membros do culto foi emitida no mesmo ano.
O líder do culto, Asahara, foi condenado à morte em 2006, mas o julgamento dos outros 12 membros responsáveis pelo ataque no metrô durou até o início deste ano, quando o último recurso julgou procedente a execução. Outros 190 membros do culto foram condenados a penas de prisões. A seita Aum Shinrikyo, ou "Verdade Suprema", foi liderada por Asahara entre os anos 80 e 90. O guru participava de programas de televisão e conseguiu atrair a atenção de jovens cientistas e profissionais como médicos e advogados, o que levou ao crescimento financeiro do culto. Em seu auge, a seita contou com 10 mil membros no Japão e 30 mil na Rússia. Desde o seu desmembramento, três cultos continuam a realizar rituais até os dias de hoje, mas são monitorados pelas autoridades. //ASSOCIATED PRESS