Governo dos EUA alerta contra novo ato terrorista

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Por Agencia Estado
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Uma informação parcial sobre a possibilidade de um novo ato ou atos terroristas contra os Estados Unidos ou contra alvos americanos no Iêmen ou em outras partes do mundo levou a administração Bush a fazer o quarto alerta geral à população desde os ataques de 11 de setembro. O aviso, divulgado tarde da noite desta segunda-feira pelo FBI, a polícia federal dos EUA, foi reiterado nesta terça pelo secretário da Justiça, John Ashcroft. Em visita ao Texas, ele disse que o país deve manter-se "no mais alto estado de alerta". A vigilância foi redobrada nos portos, aeroportos e locais de grande concentração de pessoas. Na Casa Branca, o porta-voz, Ari Flescher, afirmou que as autoridades tinham boas razões para prevenir o público e não agiu de forma a apavorar as pessoas desnecessariamente. "Havia informações com credibilidade, com um nome específico", acrescentou Fleischer. "É exatamente esse tipo de ação que ajuda a interferir e a evitar nosos atos terroristas". De fato, desta vez, o alerta foi mais detalhado do que os anteriores, ao menos quanto aos possíveis perpetradores de um novo atentado. O FBI Identificou Fawaz Yahya al-Rabeei, um cidadão iemenita de 22 anos, como o provável líder da operação que estaria sendo planejada, e listou outras pessoas, ou pseudônimos, em sua maioria sauditas e iemenitas, que poderiam estar envolvidas nos preparativos de uma nova ação de porte contra o EUA. A relação incluiu nada menos do que 14 possíveis nomes diferentes e apelidos diferentes para Al-Rabbei, incluindo "Furqán el checheno". O alerta foi específico também sobre a data, indicando que uma ou mais ações hostis poderias ser levadas a cabo a partir desta terça. As fotos de alguns dos suspeitos foram colocadas na página do FBI na internet. De acordo com o FBI, as informações que levaram o governo a prevenir a população sobre a possibilidade de um ou mais atentados terroristas contra os EUA foram obtidas nos interrogatórios de prisioneiros da Al-Qaeda na base militar de Guantánamo. Mas as autoridades disseram que não tinham nenhuma informação para corroborar suas suspeitas. O alerta foi enviado, primeiro, a 18 mil polícias municipais e estaduais e a dezenas de órgãos federais incumbidos da área de segurança. O FBI pediu às polícias para "parar e deter" quaisquer dos indivíduos citados, mas recomendou também agir com cuidado, porque todos os suspeitos "são extremamente perigosos". O alerta ocorreu depois de vários dias de notícias negativas sobre as ações militares americanas no Afeganistão. No final de semana, o Washington Post publicou uma reportagem sobre denúncias de maus-tratos feitos por parentes de afegãos presos por forças americanas. Na segunda-feira, o Pentágono foi posto na defensiva pelas perguntas dos repórteres sobre um míssil disparado por um avião-robô no leste do Afeganistão contra supostos membros da Al-Qaeda que, segundo habitantes do lugar, não passavam de habitantes do lugar. O presidente George W. Bush não alterou sua rotina, nesta terça. O vice-presidente, Dick Cheney, que em alertas anteriores foi levado para um lugar seguro, passou o dia na Casa Branca. O governo americano pediu a ajuda dos países aliados para determinar se al-Rabeei e as demais pessoas mencionadas trafegaram por seus territórios. Um primeiro exame dos registros de controles de imigração nos EUA indicou que al-Rabbeei nunca entrou em território americano. Além dos quartos alertas gerais que já emitiu, o FBI fez advertências específicas a setores específicos, como a indústria nuclear. Um dos focos de atenção especial das autoridades é o alvo potencialmente mais visível para um atentado no momento: os Jogos Olímpicos de Inverno, em curso em Salt Lake City, no Estado de Utah.

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