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Governo e maoístas recrutarão ´gurkhas´ para guardar arsenais

A lendária unidade de mercenários serviu ao Exército britânico durante a colônia

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo do Nepal e os rebeldes maoístas concordaram em recrutar "gurkhas", a mítica unidade especial de mercenários, para supervisionar os armazéns de armas dos rebeldes, informou nesta sexta-feira o ministro de Cultura nepalês. "As Nações Unidas demorarão ainda alguns meses para trazer seus observadores. Portanto, os soldados ´gurkhas´ podem ajudar na supervisão das armas dos maoístas", disse Pradip Gyawali, que também atua como negociador do Governo nas conversas com a guerrilha. Os "gurkhas", com fama de destemidos, se incorporaram ao Exército britânico durante a dominação colonial da região do Industão. Após a independência, em 1947, eles serviram além nas Forças Armadas indianas. O acordo de paz de novembro, encerrando um conflito que já durava uma década, prevê a aprovação de uma Constituição interina. Mas o processo só poderá começar quando terminar o processo de supervisão dos arsenais. Segundo o ministro, o recrutamento de 111 "gurkhas" começa nesta sexta-feira, para iniciar a supervisão dos arsenais a partir da segunda semana de janeiro. As Nações Unidas, no entanto, afirmam que a unidade não fará parte da sua missão. Segundo disse uma fonte da ONU que pediu o anonimato, a organização aceita "coordenar os ´gurkhas´ através de um comitê com representantes do Governo e dos maoístas". Um grupo de 35 supervisores da ONU começará a chegar na próxima semana para treinar os "gurkhas" na tarefa de vigilância dos arsenais. Pela Constituição interina, o rei Gyanendra deixará de ser chefe do Estado e haverá eleições para uma Constituinte em junho.

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