Governo e oposição venezuelana definem plano contra crise política

Comissão da Verdade mais ampla, libertação de prisioneiros e nomeação de novos juízes estão em pauta

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Por Redação
Atualização:

O governo e a coalizão opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática (MUD)definiram em reunião na madrugada desta quarta-feira, 16, em Caracas, linhas gerais para um plano que resolva a crise política que há dois meses afeta o país.

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Entre os principais pontos estão a formação de uma Comissão da Verdade e a escolha de novos juízes para o Tribunal Supremo de Justiça e o Conselho Nacional Eleitoral, além da designação de uma junta médica para analisar o caso do opositor Ivan Simonovis, que está preso com graves problemas de saúde.

"O encontro não apenas permitiu avançar no compromisso de criar grupos de trabalho necessários para tomar decisões sobre diferentes temas e adiantar alguns conteúdos de um acordo", disse o secretário-executivo da MUD Ramón Guillermo Aveledo.

O vice-presidente Jorge Arreaza disse, por sua vez, que um dos primeiros pontos de acordo foi o respeito pleno à Constituição e rechaço à violência dos dois lados do espectro político. "A reunião ocorreu com respeito e tolerância. Debatemos respeitando o direito de palavra do outro. Avançamos de maneira positiva", declarou o vice-presidente.

Entre os pontos abordados no encontro está a formação de uma Comissão da Verdade ampla, formada por personalidades públicas venezuelanas e deputados da Assembleia Nacional. A comissão existente contém apenas parlamentares.

Além disso, segundo Aveledo, os dois lados concordaram em ratificar na Assembleia Nacional comitês para examinar candidatos a juízes no TSJ e no CNE, uma reivindicação antiga da oposição, uma vez que a maioria deles foi nomeada durante o governo Hugo Chávez (1999-2013).

A oposição também apresentou uma lista de nomes da oposição presos desde o início das manifestações, entre dirigentes políticos e estudantis, que num primeiro momento foi rechaçada pelo governo. A MUD pretende seguir negociando a libertação desses detidos, entre eles o líder opositor Leopoldo López. O chavismo, no entanto, ficou de designar uma junta médica para analisar o caso do opositor Ivan Simonovis, preso antes do início dos protestos, e tem problemas de saúde.  / AP

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