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Governo egípcio declara alerta e convoca reunião

Atualização:

CAIROO governo egípcio declarou estado de alerta no país ontem à noite e convocou para hoje uma reunião de emergência do gabinete de crise após manifestantes invadirem a Embaixada de Israel no Cairo e confrontos deixarem 448 feridos. Soldados e dezenas de veículos blindados foram enviados à sede diplomática de Israel e, segundo testemunhas, bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas para dispersar os mais de 2 mil manifestantes que ainda estavam diante do prédio na madrugada de hoje.Desde a queda o presidente Hosni Mubarak vêm aumentado os pedidos no Egito pelo fim do histórico acordo de paz que Anuar Sadat assinou em 1979 com Israel - um pacto que nunca teve o apoio da população. Mas a revolta contra Israel aumentou no mês passado, depois de um bombardeio de Israel matar cinco policiais egípcios na fronteira, durante perseguição a palestinos.O governo interino egípcio, formado após a deposição do presidente Hosni Mubarak, também enfrentou ontem o primeiro protesto em um mês contra os líderes militares na Praça Tahrir, no Cairo. Sete meses após os levantes que derrubaram o ditador, os egípcios ainda pressionam por uma série de exigências, incluindo um julgamento transparente dos ex-membros do regime acusados de corrupção e a determinação de uma data para a realização das eleições parlamentares no país.Os egípcios estão cada vez mais descontentes com o Conselho Supremo das Forças Armadas, que tomou o controle do Egito depois que Mubarak foi forçado a deixar o poder em 11 de fevereiro depois de quase três décadas no poder.O conselho, liderado pelo ministro da Defesa de Mubarak, marechal Hussein Tantawi, manifestou seu apoio ao levante popular dos que pediam democracia e justiça. Mas os ativistas acusam o conselho de permanecer muito ligado ao regime e adotar as mesmas medidas repressivas, incluindo a detenção abusiva. O julgamento de milhares de civis em cortes militares também tem enfurecido os ativistas.Os manifestantes querem a abolição dos tribunais militares, a definição de um salário mínimo no país e a permissão para que os egípcios que moram no exterior possam votar nas futuras eleições.Os egípcios também pedem a remoção de antigos membros do partido governista de cargos de alto escalão em bancos, escolas, universidades e instituições do governo. / REUTERS, FRANCE PRESSE e AP

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