Governo está acelerando julgamento de Suu Kyi, diz advogado

Defesa alega que manobra manteria líder pró-democracia detida durante eleições do ano que vem

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Um dos advogados da opositora de Mianmar Aung San Suu Kyi disse nesta terça-feira, 19, que o regime militar parece estar apressando o julgamento da líder pró-democracia. De acordo com o advogado, os procedimentos do tribunal são uma manobra para manter a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz detida durante as eleições do próximo ano.

 

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Suu Kyi é acusada de violar sua prisão domiciliar depois que um americano, John M. Yettaw, 53 anos, do Missouri, nadou e entrou em sua casa sem sua permissão. Os companheiros de Suu Kyi e Yettaw também estão sendo julgados. O crime pode ser punido com até cinco anos de prisão.

 

Nesta terça, cinco testemunhas de acusação foram ouvidas, dentre as quais estavam dois policiais que afirmam ter resgatado Yettaw do lago Inya depois de ele ter deixado a casa de Suu Kyi, disse Nyan Win, um porta-voz do partido Liga Nacional para a Democracia e um dos quatro advogados que representam Suu Kyi no julgamento.

 

A acusação chamou 22 testemunhas, razão pela qual Nyan Win havia dito, mais cedo, que os procedimentos poderiam durar três meses. "Agora está muito claro que eles estão tentando acelerar o julgamento", disse ele. "Se for dessa forma, o julgamento pode ser encerrado até a próxima semana", completou. Nyan Win disse não saber a razão pela qual as autoridades estariam apressando o julgamento, que poucos esperam seja favorável a Suu Kyi.

 

Suu Kyi esteve presa sem julgamento por mais de 13 dos últimos 19 anos e deveria ser libertada no próximo dia 27. As acusações contra ela são feitas enquanto a junta militar que governa o país se prepara para as eleições que, dizem, são a culminação de um "mapa para a democracia". A oposição, entretanto, vê o pleito como uma forma de manutenção do poder nas mãos dos militares.

 

Centenas de policiais, alguns armados com rifles, foram colocados ao longo das vias que levam à prisão Insein, enquanto o julgamento entrava em seu segundo dia na manhã desta terça-feira. Cerca de cem partidários de Suu Kyi reuniram-se pacificamente nas proximidades da prisão.

 

A prisão, na semana passada, da ganhadora do Prêmio Nobel, reacendeu as críticas contra a junta militar que governa Mianmar e resultou em novos pedidos de líderes mundiais por sua libertação imediata. As informações são da Associated Press.

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