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Governo faz campanha antiaids para brasileiro no Japão

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Saúde vai fazer uma campanha de prevenção à aids na TV, em jornais comunitários e pelo correio para os cerca de 250 mil brasileiros que trabalham e vivem no Japão. O projeto foi lançado hoje, em Tóquio, pelo ministro José Serra e prevê também o treinamento de agentes locais para atuar junto à comunidade brasileira naquele país. O objetivo é levar aos dekasseguis o mesmo tipo de informação disponível no Brasil. De acordo com o ministério, é comum os brasileiros enfrentarem dificuldades para obter orientação sobre a aids e atendimento no serviço de saúde japonês. O custo da campanha será de US$ 93 mil (R$ 186 mil). Dois representantes de organizações não-governamentais instaladas no Japão e ligadas ao combate e à prevenção da aids virão ao Brasil para receberem treinamento. Na volta, em março, deverão treinar cem multiplicadores naquele país. Esses agentes atuarão então nas províncias industriais com maior concentração de brasileiros: Shizuoka, Kanagawa, Aichi, e Tóquio. Está prevista também a distribuição de cartazes e panfletos em português e japonês. O material impresso estará disponível em postos de saúde, nos consulados e será enviado pelo correio aos brasileiros residentes no Japão. O ministério quer ainda orientar os dekasseguis a usufruir do sistema de saúde japonês. Dificuldades com o idioma e falta de informação impedem muitas vezes isso. Segundo o Ministério da Saúde, há apenas 10 mil casos de aids notificados no Japão, num universo de 120 milhões de habitantes. Metade dos casos atingem estrangeiros. Levantamento realizado entre 451 brasileiros naquele país, no entanto, apontou que 80% deles têm conhecimento sobre os métodos de prevenção, embora 50% tenham admitido não usar preservativos com freqüência. A maioria (80%) desconhecia os serviços locais de atendimento para doenças sexualmente transmissíveis. Os dekasseguis constituem a terceira maior comunidade estrangeira no Japão. Eles têm, em média, de 25 a 40 anos e costumam enfrentar jornadas de trabalho de 12 horas, segundo o governo brasileiro.

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