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Governo filipino justifica estado de emergência em comunicado

Motivo seria ameaça de conspiração golpista, afirma o porta-voz da Presidência, Ignacio Bunye

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo das Filipinas justificou hoje o estado de emergência nacional vigente de 24 de fevereiro a 3 de março, com a ameaça de uma conspiração golpista na qual se tinham aliado extremistas de direita e de esquerda. "Não é necessário esperar que o outro atire em você para poder se defender", afirmou em comunicado de imprensa o secretário de Informação e porta-voz da Presidência das Filipinas, Ignacio Bunye, parafraseando o comentário que fez nos últimos dias uma senadora. "Se a presidente, Gloria Macapagal Arroyo, não tivesse atuado no momento oportuno, teríamos ficado provavelmente com uma junta civil conservadora-comunista, que em breve teria sucumbido em lutas internas pelo poder", acrescentou Bunye. A versão oficial, que segundo Bunye foi comprovada "sem dúvida", contém uma aliança entre o ilegal Partido Comunista das Filipinas (PCF), membros da oposição política e alguns "militares aventureiros" para dar um golpe de estado por ocasião do vigésimo aniversário da queda da ditadura de Ferdinand Marcos, em 25 de fevereiro de 1986. As celebrações convocadas para essa data e a véspera teriam servido de tampa para provocar outra revolta popular pacífica, como a de vinte anos atrás, contra a presidente Macapagal Arroyo, acusada de cometer fraude nas eleições presidenciais de 2004. "Com a conspiração abortada, agora podemos retornar à normalidade", concluiu Bunye. No entanto, o estado de emergência nacional contribuiu para dividir ainda mais o país entre os partidários e detratores do Governo, além de envolver na polêmica os defensores dos direitos humanos, que de maneira unânime condenaram a intervenção das autoridades nos meios de informação. Apesar de que Bunye insiste na nota oficial que "a liberdade de imprensa nunca esteve ameaçada", o certo é que a editora do jornal The Daily Tribune e dois de seus colunistas foram acusados de sublevação e outros sete jornalistas se encontram sob observação.

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