Governo francês propõe ´garantias´ a estudantes

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, rejeitou neste domingo a retirada do novo e polêmico contrato de trabalho para jovens, mas propôs "novas garantias" que serão negociadas com os representantes da sociedade. "A lei será aplicada", disse Villepin ao telejornal da TF1. As primeiras reações foram negativas. A principal agremiação estudantil do país convocou seus membros a decidirem se entram em greve a partir desta segunda-feira em todas as universidades, e os líderes de vários sindicatos de trabalhadores exigiram novamente "a retirada" do contrato de primeira contratação (CPE, na sigla em francês). Destinado a menores de 26 anos e no caso de empresas com 20 ou mais funcionários, o contrato permitirá ao empregador dispensar o jovem, sem justa causa, por até dois anos após sua contratação. Consciente das "inquietações" de diversas entidades e se apresentando como um homem de "ação, escuta e diálogo", o chefe do governo ofereceu "complementar" o contrato com três novas "garantias", como um "complemento de remuneração" que seria acrescentado ao auxílio desemprego durante "três meses, por exemplo" para permitir ao jovem demitido obter uma formação adicional "se o desejar" e poder reencontrar um trabalho rapidamente. Mesmo com sua popularidade em queda e questionado em seu próprio terreno político, Villepin defendeu o contrato com argumentos concretos: um índice de desemprego de 23% entre os jovens e de 40% entre os não qualificados, a necessidade de enfrentar uma precariedade no emprego que persiste "há 20 ou 30 anos" e o desafio de fazer com que o país "avance" a exemplo de outros países. O presidente da União Nacional dos Estudantes da França (Unef), Bruno Julliard, expressou sua "decepção e fúria", disse que "a rua se expressará", e convocou os estudantes a "intensificar" sua ação e a votar a greve a partir desta segunda-feira em todas as universidades. As duas principais organizações de estudantes propuseram "generalizar o movimento anti-CPE nos institutos votando a greve em assembléia geral".

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