Governo francês se curva ao protesto dos sem-teto

Os manifestantes ocupam área em Paris há mais de 15 dias. Jacques Chirac reconheceu o ´direito de todos à habitação´ e instruiu o governo a estudar medidas

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Por Agencia Estado
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Espalhados há mais de 15 dias ao longo do Canal Saint-Martin, um braço do Rio Sena na zona leste de Paris, centenas de sem-teto e manifestantes conseguiram atingir o seu objetivo - chamar a atenção da sociedade para o drama crescente dos moradores de rua na França. Eles ocupam as barracas distribuídas pela organização não-governamental (ONG) Os Filhos de Dom Quixote atingiram o seu objetivo - chamar a atenção da sociedade para o drama crescente dos moradores de rua na França. Pressionado, o próprio presidente Jacques Chirac reconheceu o "direito de todos à habitação" e instruiu o governo a estudar medidas. Entre elas, a aprovação de um projeto de lei, negociado com as ONGs e com políticos na Assembléia Nacional. A proposta deve incluir medidas de impacto, como o reconhecimento legal do "direito universal de habitação", a desapropriação de imóveis em desuso, a obrigação de as prefeituras doarem imóveis adequados às necessidades de cada família de sem-teto e a desapropriação de apartamentos desocupados há longos períodos de tempo - em geral destinados à especulação imobiliária. Além de Paris, membros da ONG vêm distribuindo barracas com a sigla SDF (Sem Domicílio Fixo) pelas cidades de Toulouse, Nice, Lyon, Orleans e Bourdeaux. Em uma dessas barracas, na capital, estão Augustin e Jean-Baptiste Legrand, os irmãos que criaram a entidade no início de dezembro. "Nosso objetivo é sensibilizar os franceses para o drama dos SDFs. Não tenho prazer de viver na rua, como ninguém tem. Mas o que vamos fazer? Esconder a verdade dos franceses?", disse Augistin, 31 anos.

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