Governo haitiano rejeita desculpas de ''''Baby Doc''''

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Por AP
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Porto Príncipe - O presidente do Haiti, René Préval, rejeitou ontem o pedido de desculpas feito no fim de semana pelo ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc. Préval disse que a declaração era bem-vinda, mas inadequada. "Uma desculpa é uma coisa, a Justiça é outra", afirmou. "Caberá ao povo haitiano decidir se haverá um perdão." Em gravação divulgada por emissoras de rádio haitianas no fim de semana, Baby Doc pediu perdão pelo eventual "mal" cometido durante os 15 anos de seu regime ditatorial - célebre pela tortura de opositores e pelos saques do Tesouro Nacional. "Se, durante meu mandato, o governo causou qualquer dano físico, moral ou econômico aos haitianos, assumo a responsabilidade para pedir perdão ao povo e um julgamento imparcial da história", disse o ex-ditador. O regime de Baby Doc terminou em 7 de fevereiro de 1986, quando ele fugiu do país em meio a um levante popular. Desde então, ele vive exilado na França. A divulgação da mensagem de Baby Doc coincidiu com o aniversário de 50 anos da eleição de seu pai e predecessor, François Papa Doc Duvalier. Em 1971, após a morte do pai, Baby Doc assumiu o governo. Préval afirmou ontem que seu governo pediu que as autoridades suíças congelem novamente os US$ 6,2 milhões depositados em nome de Baby Doc nos bancos do país. O dinheiro tinha sido congelado em 1986, a pedido do governo do Haiti. Em maio, o governo suíço informou que liberaria a quantia. Préval disse que o governo haitiano está preparando um processo para recuperar os fundos.

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