Governo iraquiano adia conferência de reconciliação nacional

"Adiamento da reunião tem como objetivo dar mais tempo para o diálogo com todas as partes do espectro político, fora e dentro do país", disse membro do governo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo iraquiano anunciou que a conferência de reconciliação nacional prevista para o próximo dia 4 foi adiada até meados de mês para permitir mais contatos entre o Executivo e as forças opositoras. "O adiamento da reunião tem como objetivo dar mais tempo para o diálogo e as conversas com todas as partes do espectro político, tanto fora como dentro do país", disse Faleh Fayyad, membro da delegação governamental iraquiana enviada a Amã para reunir-se com representantes de várias facções opositoras. Fayyad fez tais declarações na segunda-feira à noite, após se reunir na Embaixada iraquiana em Amã com cerca de 40 representantes da oposição iraquiana, entre os quais se encontravam políticos sunitas, chefes tribais, oficiais do dissolvido Exército do regime anterior e membros do ilegalizado Partido Baath, que governou o Iraque durante o regime de Saddam Hussein. "Todas estas reuniões têm o objetivo de aplanar o caminho com vistas à realização de uma conferência de reconciliação e de assegurar que seja um êxito", acrescentou. Fontes ligadas aos opositores que participam dos contatos com o governo iraquiano asseguraram que durante os dois dias de reuniões criticaram "severamente" numerosas medidas tomadas pelos diferentes governos da era pós-Saddam. Entre elas, destacaram a dissolução do Exército iraquiano, o processo de "limpeza" dos membros do Partido Baath das instituições do país e seu fracasso na hora de estabelecer uma agenda para a retirada das tropas multinacionais. O adiamento da conferência ocorre num momento em que as fontes próximas aos opositores esperam o início do diálogo entre as forças americanas e representantes da insurgência, previsto, aparentemente, para dentro de duas semanas na Embaixada americana em Amã. Fayyad negou que as conversas incluíssem tentativas de organizar um encontro entre as forças dos EUA e a insurgência, mas o embaixador iraquiano na Jordânia, Saad al-Hayani, reconheceu que existem contatos paralelos em Amã entre os grupos rebeldes e a administração americana. Em declarações ao jornal jordaniano AlRai, publicadas nesta terça-feira, Al-Hayani não descarta a possibilidade de que alguns políticos participem dessas conversas "assim como representantes dos grupos armados".

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