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Governo italiano nega relação com seqüestro de imame egípcio

Executivo reiterou que não teve participação no seqüestro de Abu Omar em Milão, apesar das acusações de que um suboficial da polícia teria participado da ação

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo italiano negou nesta quinta-feira qualquer relação com o seqüestro em Milão, em 2003, do imame egípcio Abu Omar, acusado de terrorismo, após as notícias da imprensa indicando a participação de um suboficial dos Carabinieri (Polícia) junto com agentes da agência americana CIA. O Executivo de Silvio Berlusconi reiterou, em nota, que nem ele nem os serviços de informação têm nada a ver com o seqüestro de Omar, "apesar das reiteradas tentativas de insinuar dúvidas e suspeitas". O semanário L´Espresso e o jornal La Repubblica publicam hoje informações segundo as quais um suboficial da Arma dei Carabinieri teria participado do suposto seqüestro de Abu Omar, junto com agentes da CIA. O Governo "não tem, no entanto, a intenção de recusar o imperativo moral de manifestar sua mais profunda indignação pela ignóbil e vil ofensa lançada especificamente em alguns artigos sobre o diretor, naquele momento, da divisão de Operações do Sismi (serviços secretos italianos)", Nicola Calipari. Calipari morreu em março de 2005, no Iraque, ao ser atingido por soldados americanos contra o carro onde estava a jornalista italiana Giuliana Sgrena, recém-libertada de um seqüestro. O L´Espresso publica alguns fragmentos da investigação realizada pela Promotoria de Milão, e acrescenta que, em breve, outros cidadãos italianos poderiam ser envolvidos junto ao suboficial dos Carabinieri, que identifica como "Ludwig". O semanário afirma que o suboficial disse aos promotores encarregados da investigação que foi contatado pelo responsável da CIA em Milão, Robert Seldon Lady. "Ludwig" teria dito que pediu o passaporte a Abu Omar em uma rua de Milão, e depois outras pessoas desceram de um furgão e levaram o imame. Segundo a Promotoria de Milão, Abu Omar foi seqüestrado por agentes da CIA, levado do aeroporto de Aviano à base americana de Ramstein (Alemanha) e depois ao Egito. A investigação da Promotoria levou à identificação de 22 agentes americanos, sobre os quais foram emitidas ordens de extradição. No entanto, em abril passado, o ministro da Justiça italiano, Roberto Castelli, decidiu não enviar aos Estados Unidos o pedido de extradição, mas a Promotoria afirmou que voltará a apresentá-lo ao novo Governo que saiu das recentes eleições.

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