TÓQUIO - O governo do Japão aprovou nesta sexta-feira, 22, um primeiro orçamento extra de mais de 33 bilhões de euros para financiar a primeira fase da reconstrução nas áreas devastadas pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março.
Está previsto que o orçamento seja apresentado no próximo dia 28 ao Parlamento e espera-se que seja aprovado em 2 de maio, informou a agência local Kyodo.
O objetivo é cobrir os custos da fase inicial da reconstrução, que incluirá a limpeza de escombros nas regiões do nordeste afetadas pela catástrofe e a construção de imóveis provisórios para as vítimas.
O terremoto de 9 graus na escala Richter e o tsunami afetaram sobretudo as províncias de Miyagi, Fukushima e Iwate, e deixaram 14.133 mortos e 13.346 feridos, segundo a última apuração policial.
A maior parte do orçamento extra, cerca de 10 bilhões de euros, estará destinada a obras públicas, como reconstrução de estradas, portos e restauração de terrenos agrícolas.
Outros 3,05 bilhões de euros servirão para a construção de imóveis temporários, e 2,958 bilhões de euros financiarão a retirada das toneladas de escombros deixados pelo pior desastre sofrido pelo Japão após a Segunda Guerra Mundial.
Além disso, 411 milhões de euros servirão para cobrir o pagamento de indenizações para os desabrigados, e outros 4,286 bilhões de euros auxiliarão as pequenas empresas das áreas afetadas.
O ministro de Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, declarou que o novo orçamento não afetará a política de disciplina fiscal, cuja dívida pública ultrapassa o dobro do Produto Interno Bruto (PIB), a maior de um país industrializado.
Por esse motivo, o governo não prevê a emissão de novos bônus para financiá-lo, mas a maior parte do novo orçamento provirá de cortes em outros setores, como a ajuda ao desenvolvimento exterior, as contribuições públicas ao programa básico de previdência e o projeto de ajuda financeira às famílias com crianças.
Espera-se que o primeiro orçamento extra seja seguido por um segundo e, de acordo com os especialistas, inclusive um terceiro, que junto com o aprovado nesta sexta pelo Gabinete poderiam somar mais de 84 bilhões de euros.