TÓQUIO - O governo do Japão espera que a abdicação do imperador Akihito aconteça somente em 2018, segundo informações publicadas nesta terça-feira, 18, pelo jornal "Asahi" citando fontes ligadas ao Executivo. É a primeira vez que se fala sobre uma data concreta dentro do processo aberto após o monarca, de 82 anos, expressar publicamente seu desejo de deixar o trono antes de falecer, algo que não é contemplado pela Constituição japonesa.
O imperador do Japão comunicou durante um pronunciamento na TV seu desejo de passar o trono em vida a seu filho Naruhito devido a sua idade e seu delicado estado de saúde, e desde então o governo propôs aprovar uma legislação especial - que serviria apenas para Akihito - com o objetivo de permitir o processo.
O Executivo espera que, uma vez superados os procedimentos parlamentares, a abdicação aconteça em 2018, ano cuja idoneidade teria sugerido o próprio chefe de Estado a funcionários da Agência da Casa Imperial, segundo detalha hoje o "Asahi".
O jornal publica esta informação um dia depois que um comitê especial estabelecido pelo governo começasse a debater propostas para tramite do processo de abdicação. O governo quer que este comitê envie o mais breve possível uma série de recomendações para poder ativar uma legislação especial que não requeira uma emenda da Constituição, processo que atualmente é longo e complexo demais, para cumprir os desejos de Akihito.
A lei seria apresentada no parlamento no início de 2017, para permitir a futura abdicação do imperador, algo que a maioria dos japoneses parece aprovar nas pesquisas. Apesar de só a abdicação póstuma estar prevista na lei vigente de 1947, no passado metade dos 125 imperadores que ocuparam o trono do crisântemo puderam deixar o trono.
A saúde do imperador Akihito se viu debilitada nos últimos anos, já que se submeteu a uma operação coronária de "by-pass" em 2012 e sofreu um câncer de próstata em 2003, após o que teve osteoporose devido ao efeito do tratamento hormonal que lhe foi receitado. / EFE