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Governo libanês obtém voto de confiança no Parlamento

Por AE
Atualização:

O governo libanês obteve um voto de confiança do Parlamento hoje. O primeiro-ministro, Najib Mikati, afirmou que seu gabinete irá cooperar com o tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que investiga o assassinato, em 2005, do ex-premiê Rafik Hariri.O tribunal acusou membros do Hezbollah de envolvimento no crime. O grupo xiita faz parte do governo e tem bastante influência no país. A oposição pró-Ocidente pressionava o governo, porém Mikati obteve 68 dos 128 votos possíveis no Parlamento. Apoiado pelo Irã, o Hezbollah e seus aliados mantêm uma pequena maioria entre os deputados. A oposição é liderada por um filho de Hariri e seu herdeiro político, Saad Hariri. Hoje, Saad Hariri não estava presente.O programa entregue por Mikati ao Parlamento afirma, de forma ambígua, que irá "respeitar" as resoluções internacionais, desde que não ameacem a paz e a estabilidade do país. Porém a oposição exigiu que o governo esteja "comprometido" com o Tribunal Especial para o Líbano, que na semana passada ordenou a prisão de quatro membros do Hezbollah pelo assassinato de Rafiq Hariri. Em discurso, Mikati afirmou que seu governo iria "continuar a cooperar" com o tribunal sediado na Holanda.Um bilionário, Mikati foi apontado primeiro-ministro em 25 de janeiro, com o aval do Hezbollah. Após cinco meses de negociações, o empresário muçulmano sunita anunciou a formação de um gabinete com 30 nomes, no qual o Hezbollah controla 18 pastas, incluindo o Ministério da Justiça e o das Telecomunicações.A aliança liderada pelo Hezbollah se retirou do governo de Saad Hariri em 12 de janeiro deste ano, quando este recusou-se a encerrar toda a cooperação com o tribunal. Isso levou à queda do governo. O líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, atacou a corte, qualificando-a como uma conspiração dos Estados Unidos. Na semana passada, Nasrallah disse que os suspeitos do grupo nunca serão encontrados.Entre os quatro suspeitos está Mustafa Badreddine, cunhado do graduado comandante do Hezbollah Imad Mughniyeh, assassinado em uma explosão em Damasco em 2008. Ele é acusado de orquestrar o atentado que matou Hariri e mais 22 pessoas em Beirute, em 14 de fevereiro de 2005. As informações são da Dow Jones.

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