
21 de agosto de 2011 | 00h00
No pronunciamento, ele tentava transmitir segurança, questionada pelos acontecimentos das últimas horas, afirmando que a tentativa de invasão de Trípoli tinha sido rechaçada e membros do grupo de insurgentes que a empreendeu tinham sido capturados ou mortos.
No entanto, ele não negou o avanço rebelde em Trípoli, optando por dar declarações que minimizavam seus resultados. "Pessoas armadas entraram em Trípoli, mas a situação já foi controlada", disse em um primeiro momento. Em outro, afirmou que a capital líbia estava segura da investida rebelde, que, segundo suas palavras, se limitava a pequenos grupos, formados por algumas dezenas de pessoas.
Entre os insurgentes, ele ainda garantiu que a forças do regime teriam prendido argelinos, tunisianos e egípcios entre os insurgentes. E deu garantias de que Trípoli está cercada por milhares de apoiadores de Kadafi que lutariam para defendê-lo.
O porta-voz do ditador líbio também aproveitou o pronunciamento para "sugerir" a rendição de rebeldes, dizendo que aqueles que se entregassem às forças do governo seriam perdoados.
Família. Rumores de que Kadafi estaria preparando sua partida circulam desde a sexta-feira. Um avião venezuelano teria aterrissado ontem na ilha tunisiana de Djerba, com parentes do líder líbio a bordo, segundo a agência de notícias estatal chinesa Nova China, citando como fonte a rádio tunisiana Mosaique FM. A notícia foi divulgada pelo correspondente da rádio na fronteira entre a Tunísia e a Líbia.
O correspondente, que citou um fonte rebelde da cidade de Benghazi, disse que os parentes de Kadafi devem deixar a Tunísia em breve com destino à capital da Venezuela, Caracas, afirmando também que isso representa "o início do fim do governo de Kadafi".
A fonte também afirmou que é muito provável que o próprio Kadafi não esteja mais em Trípoli, após ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizados contra sua residência durante a noite.
A rede americana NBC havia afirmado na sexta-feira que Kadafi estava se preparando para fugir de seu país nos próximos dias. Fontes disseram à emissora que "os relatórios dos serviços de inteligência indicam que Kadafi está fazendo planos para deixar a Líbia com sua família".
"Os relatórios indicam que (Kadafi) poderia ir para a Tunísia, onde é possível que receba asilo político", acrescentou a NBC. Nessa semana, o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, afirmou que "as forças de Kadafi estão debilitadas" e os dias do líder à frente do país "estão contados".
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