Governo mobiliza petroleiro da PDVSA no 20º dia de greve

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Por Agencia Estado
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A greve indefinida na Venezuela chegou a seu vigésimo dia com a oposição novamente nas ruas de Caracas em apoio à Polícia Metropolitana, recentemente devolvida ao comando de um prefeito opositor após passar por uma intervenção federal. E, em meio à escassez de combustíveis e alimentos, o governo do presidente Hugo Chávez, na tentativa de reativar a vital indústria petrolífera nacional, ordenou a abordagem militar a um emblemático navio petroleiro carregado de gasolina que havia aderido à greve decretada pela oposição - e conseguiu mobilizá-lo. Centenas de opositores se concentraram pela manhã no parque del Este, em Caracas, em apoio à polícia da capital, que desde quinta-feira voltou ao comando de seu prefeito, Alfredo Peña, um ex-ministro e férreo detrator de Chávez. O prefeito presidiu à manifestação e a um desfile da polícia pelas ruas, celebrando dessa forma o 33º aniversário da corporação. A Polícia Metropolitana (PM) voltou às mãos opositoras após uma decisão do Tribunal Supremo que anulou uma diretriz provisória adotada pelo governo como parte da intervenção no organismo, decretada em meados de novembro. A PM foi colocada sob intervenção após um grave conflito interno que levou grupos de seus 10.000 agentes a entrarem em confronto, equipados com armas. Na jornada deste sábado, grupos de opositores também se concentraram e participaram de marchaas em cidades de diversos estados. Em uma delas, Valencia, cidade industrial a 150 km de Caracaas, simpatizantes de detratores de Chávez se envolveram em distúrbios e a policia local os dispersou. Em meio ao clima de tensão, militares abordaram na madrugada deste sábado o navio Pilín León, o primeiro da estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA) a aderir ao movimento opositor. Após a ação - denunciada pelos opositores como "ilegal"-, foram detidos o capitão do navio-tanque, Daniel Alfaro, e pelo menos oito membros de sua tripulação. No final do dia, o governo conseguiu mobilizar o navio, ancorado por mais de duas aemans num porto do oeste do país como símbolo do movimento opositor a Hugo Chávez. Televisões locais mostraram imagens do barco da PDVSA navegando lentamente pelo lago de Maracaibo. A abordagem militar ocorreu um dia depois que Tribunal Supremo de Justiça ordenou "a todas as unidades e particulares" vinculados ao sestor petroleiro que reativassem a vital indústria, que está semiparalisada em todas as suas operações. Além disso, o ministro da Defesa, José prieto, garantiu, falando ao país, que o governo - apoiado nas Forças Armadas - fará cumprir a decisão do máximo tribunal, que exigiu que seja acatado qualquer decreto do governo destinado à reativação das atividades na PDVSA - coração econômico da Venezuela, quinto exportador mundial de petróleo. O Pilín León está carregado com 44 milhões de litros de gasolina. A frota marítima da PDVSA aderiu à greve e está ancorada em diversos portos do país, o que provocou a paralisação das refinarias e esta, por sua vez, a da produção. Por um efeito em cadeia, foram afetadas as exportações e os embarques internos de combustíveis. A paralisação da PDVSA produziu até hoje perdas que já "superaram amplamente US$ 1 bilhão", segundo seu presidente Alí Rodríguez.

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