Governo peruano lança campanha contra ´cultura do atraso´

O atraso foi eleito ´inimigo do país´ por ser considerado negativo e improdutivo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Peru anunciou uma campanha para combater a falta de pontualidade dos cidadãos. O governo considera a "cultura do atraso" como reflexo de uma atitude negativa, que fere a produtividade nacional. A previsão é que a campanha entre com força no dia 1º de março, quando se inicia o ano escolar no país As sugestões para acabar com o hábito cultural incluem a sincronização de relógios, além do toque de sinos de igreja e sirenes como alerta aos peruanos. Os atrasos são comuns em casamentos, funerais, refeições e reuniões de negócio. De acordo com o ministro chefe da Casa Civil peruano, Jorge del Castillo, reforçou que o objetivo é fazer com que os cidadãos mudem a atitude mental e passem a cumprir integralmente suas obrigações. Autoridade Para o psicanalista Jorge Bruce, um respeitado analista social local, no Peru, fazer alguém esperar por você é uma maneira de demonstrar autoridade e importância. O ex-presidente Alejandro Toledo era conhecido por chegar atrasado aos eventos, às vezes em até duas horas. Até mesmo na posse de seu sucessor, ele se atrasou 45 minutos. O incidente deu margem para ironias de que Toledo não estaria pronto para passar o poder. Nem todos os peruanos permitem-se ao atraso. Alicia Lorenzo, 49, disse que onde há a "cultura do atraso" não há progresso. Ela chega todo o dia às seis horas da manhã para abrir o quiosque de lanches, que funcionou durante 30 anos assim. A pontualidade permite a ela fazer entregas e sempre ter itens à venda. Quanto à iniciativa do governo ela afirmou que depende dele. "Ele precisa dar o exemplo", justificou.

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