
24 de julho de 2012 | 03h05
A preocupação com as armas químicas da Síria vem crescendo desde o fim de semana, quando os serviços secretos dos EUA e de Israel identificaram o deslocamento do arsenal no interior do país. A preocupação é a de que, em caso de colapso do regime, o armamento vá para o Líbano e seja repassado ao Hezbollah, grupo xiita apoiado por Assad. "Nenhuma arma química ou não convencional será jamais utilizada contra nossos próprios cidadãos", afirmou Makdessi. "Elas só serão utilizadas caso a Síria enfrente uma agressão estrangeira."
As declarações provocaram uma onda de críticas nos EUA e na Europa. Em Bruxelas, o chanceler britânico, William Hague, definiu as ameaças como "intoleráveis". "É inaceitável dizer que eles poderiam usar armas químicas por qualquer razão que seja", disse Hague.
A situação das fronteiras da Síria também preocupa. Depois da disputa por postos fronteiriços na Turquia, no Iraque e na Jordânia, o presidente do Líbano, Michel Suleiman, protestou ontem contra a invasão do território do país em diferentes momentos no fim de semana.
Ontem, os combates continuaram nas duas maiores cidades da Síria. As Forças Armadas dizem ter retomado o controle de todos os bairros de Damasco. Segundo a agência Sana, os militares teriam recuperado lançadores de foguetes, fuzis, metralhadoras e equipamentos de comunicação usados pelos rebeldes no bairro de Mezzeh, um dos mais ricos da cidade. Na periferia, o movimento insurgente também teria sido derrotado.
Já em Alepo, segunda cidade do país, a situação seria inversa. Os bairros de Sahour e de Hanano registravam intensos combates. Ainda há embates em Homs, Idlib, Deraa, Rastane e outras cidades pequenas e médias. As pressões contra Assad continuaram ontem. A Liga Árabe pediu a imediata renúncia do presidente em troca de asilo. Em resposta, o regime recusou a oferta e classificou a proposta de "hipócrita".
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