Governo sírio recebe apoio da Rússia e ataca dissidentes

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Por AE
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Tropas sírias realizaram novos ataques contra dissidentes nesta segunda-feira, enquanto o regime do presidente Bashar Assad conquistava o importante apoio da Rússia, seu antiga aliado, que afirmou que uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Síria não deve conter sanções. A ONU informou nesta segunda-feira que o número de mortos em decorrência da repressão do governo chegou a pelo menos 2.600 nos últimos seis meses. Embora as medidas repressivas tenham atraído forte condenação internacional, o regime de Assad tem o apoio da Rússia e da China, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e que têm poder de veto. O presidente russo Dmitry Medvedev disse nesta segunda-feira que Moscou acredita que uma resolução da ONU sobre a Síria deve ter como alvo tanto o governo quanto a oposição. "A Rússia mantém a ideia de que é necessário aprovar uma resolução sobre a Síria, que deve ser firme mas bem equilibrada, e ao mesmo tempo atinja as duas partes do conflito, o governo do presidente Bashar Assad e a oposição", disse Medvedev. "Somente neste caso ela terá sucesso. ""A resolução deve ser dura, mas não deve envolver sanções automaticamente", disse ele. "Não há necessidade de mais pressão."Tanto a Rússia quanto a China se opuseram ao esboço de resolução do Conselho de Segurança da ONU, apoiado por países europeus e pelos Estados Unidos, que propõe a imposição de um embargo de armas e outras sanções à Síria. Moscou apresentou um outro projeto de resolução pedindo que o governo de Assad interrompa a violência contra os manifestantes e apresse as reformas. AtaquesOs ataques ao redor da cidade de Hama, região central do país, começaram após as forças de segurança bloquearem todas as vias que levam à região, além da eletricidade e das linhas telefônicas. O número de mortos por causa dos ataques ao redor de Hama e em outras partes do país não é conhecido. A rede ativista chamada Comitês de Coordenação Locais disse que há vítimas dos ataques desta segunda-feira, mas não há números exatos. O ativista sírio Mustafa Osso, que está na Síria, disse que pelo menos cinco pessoas foram mortas. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, disse que uma pessoa também foi morta em Douma, no subúrbio de Damasco, quando forças de segurança abriram fogo durante um funeral. As informações são da Associated Press.

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