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Governo Tailandês adia plano de corte de energia de manifestantes

Ação afetaria mais os residentes locais do que os próprios manifestantes

Atualização:

BANGCOC - Autoridades tailandesas adiaram um plano anunciado mais cedo nesta quarta-feira, 12, que previa o corte de energia e de suplementos de uma área central de Bangcoc ocupada por manifestantes oposicionistas, dizem que temiam o impacto sobre os residentes locais.

 

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"Ao cortar água e energia, vimos que os manifestantes serão menos afetados do que os residentes, então adiamos o plano por enquanto", disse o porta-voz do exército Sansern Kaewkamnerd.

 

As autoridades tem se encontrado num dilema de como retirar milhares de manifestantes, incluindo mulheres e crianças, de seu acampamento fortificado de 3 quilômetros quadrados no principal distrito comercial de Bangcoc.

 

Líderes dos manifestantes, a maioria de origem rural ou de classe baixa urbana, continuam a se recusar a deixar a área e desafiam o governo de trás de suas barricadas construídas com pneus, pedaços afiados de bambu e grandes caminhões.

 

"Nós morreremos aqui se precisarmos. Sua ameaça não funcionará", disse aos manifestantes um dos líderes do movimento, Nattawut Saikua.

 

A meia-noite, as autoridades irão desligar a eletricidade, cortar suprimentos e selar as entradas para os locais de manifestações, disse o porta-voz das forças armadas.

 

"O corte de água e energia são as primeiras medidas. Se os protestos não acabarem, nós temos todo o respaldo da lei, que pode envolver o uso da força para reconquistar a área", disse.

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O corte de suprimentos se apresenta como um grande desafio logístico em uma área repleta de hotéis, embaixadas, escritórios, apartamentos de luxo e dois hospitais. Os manifestantes dizem que conseguem sobreviver com seus próprios geradores de eletricidade e estoque de comida.

 

Tentativas de interceptar sues suprimentos também traz riscos de conflitos na área que abriga mulheres e crianças entre os cerca de 5.000 mil manifestantes.

 

"Eu não vejo como o corte de suprimentos possa ser eficiente", disse Karn Yuenyong, diretor da consultora Siam Intelligence Unit. "Eles teriam que fazer isso numa grande área, que afetaria muitas pessoas. Não é uma tarefa fácil e talvez não valha a pena, especialmente se os manifestantes possam superá-la".

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